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Marta Velha - Writer

Marta Velha - Writer

WoW - Word of Women - Tea Time Aveiro :)

12.03.15, Marta Velha

Ontem foi dia de Tea Time em Aveiro, um tea time organizado pela associação Word Of Women (http://wordofwomen.com/), uma associação sem fins lucrativos que divulga experiências, histórias de mulheres que de uma maneira ou outra se distinguem das demais.

Foi um momento bem passado onde a troca de ideias foi de grande valia.

 

Um Tea Time a repetir algures por esse país fora.

 

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é mentira V - (Continuação) :)

12.03.15, Marta Velha

Permaneceram deitados lado a lado. Carlota tinha a sua cabeça pousada no peito de Carlos. Como era confortante sentir a sua respiração e o bater do seu coração. Beijou-lhe o peito. Acariciava-lhe as coxas.

     “-Pena que a distância que nos separa não nos deixa estar assim todos os dias. Morro de saudades tuas durante a semana.”

     Carlos pensou naquelas palavras. Ajeitou-lhe o cabelo e beijou-a na têmpora. “-Um de nós vai ter que ceder e mudar de cidade…” – Suspirou. Esticou o braço para tentar apanhar as suas calças. Mexeu no bolso e tirou de lá algo. Mostrou-lhe a caixinha e sorriu. “-Queres casar comigo Carlota Martins, futuramente senhora dona Carlota Mendes?”

     Carlota ficou com as lágrimas nos olhos. Abriu a pequena caixinha e ficou deliciada. Era um bonito anel com uma pérola. O seu anel de noivado. “-Oh Carlos, amo-te tanto… Se soubesses como fico feliz com esta decisão…” – Limpou os olhos. “-Claro que quero casar contigo. Caso já hoje se quiseres!”

     Carlos deu uma gargalhada. “-Calma, vamos levar as coisas com calma. Daqui a um ano, máximo dois.” – Beijou-a. “-Podes escolher a data…”

     “-Pode ser quando fizermos cinco anos de namoro!” – Disse com um brilho nos olhos.

     “-Pode, claro que pode!” – Acariciou-lhe o rosto.

 

  

     Carlota tinha passado a noite em claro, chorou abraçada à camisa de Carlos não queria acreditar que os últimos cinco anos da sua vida, da vida em comum dos dois tinha sido uma mentira!

     Tinha os olhos inchados e ardiam-lhe quando pestanejava. A palavra mentira assolava a sua mente. Como é que se tinha deixado enrolar pelo seu novelo delas?

     Achava que tinha encontrado o homem da sua vida. Mas tudo não passava de uma mentira! “-Porque é que me fizeste isto, porquê?” – Gritava em silêncio como se fosse possível Carlos ouvi-la.

     As suas amigas diziam-lhe que tinha muita sorte, às vezes diziam que tinha uma vida de fazer inveja. E agora, o que iriam pensar quando soubessem que tudo era mentira? Será que iriam ter pena dela? Será que iriam sussurrar à sua passagem? Ou será que iriam cruzar os braços e dizer que era bem feita? E na empresa? Que iriam dizer na empresa?

     Limpava as lágrimas dos olhos. Cheirava novamente a camisa de Carlos, ainda tinha o seu cheiro! Aquele cheiro que a deixava louca de desejo. Mas se calhar nem esse cheiro era dele! Também era mentira!

     Fechou os olhos e revia o dia anterior.

é mentira IV - (continuação) :)

11.03.15, Marta Velha

     “-Vá lá, vou ter a Coimbra que mal tem?” – Carlos ronronava ao telefone.

     Do outro lado da linha Carlota parecia deliciada ao ouvi-lo suplicar. Namoravam há três anos. Ao início Carlos quis que a relação fosse o mais discreta possível. Dizia mesmo a Carlota que ninguém na empresa podia saber que andavam juntos. Carlota não estranhava o excesso de zelo. Para ela também era normal que assim o fosse, trabalho era trabalho conhaque era conhaque. Mas ao fim de dois anos, e de irem aos eventos da empresa juntos Carlota achou que era demais e que devido a algumas bocas que já tinha ouvido mais valia assumirem tudo. Apesar de Carlos não ter gostado da ideia, acabou por ceder e era normal passearem de mãos dadas nas férias proporcionadas pela empresa.

     “-E desta vez podes passar o fim-de-semana inteiro comigo?” – Sentou-se na cama. Tinha o telemóvel apoiado no queixo e esfregava as pernas com o creme que Carlos lhe tinha dado no Natal anterior. Cheirava a morango e muitas vezes ele dizia na brincadeira ‘Quando usas esse creme fico com vontade de te barrar com chantilly e lamber-te toda!’ Acabavam sempre a fazer amor.

     “-Sabes que não gosto muito de conduzir de noite. Domingo à tarde venho embora. De Coimbra a Lisboa não é muito tempo, mas mesmo assim. Sabes bem do que falo, conduzimos em excesso!”

     Carlota deu uma gargalhada. “-Estás a ficar sem pedalada é o que é! Mais vale umas horas contigo do que todo um fim-de-semana a sonhar que vens!” – Sorriu.

     “-Logo, antes das dez estou por aí.”

     Estavam juntos pelo menos de quinze em quinze dias. Carlos nunca a deixava viajar até Lisboa, era sempre ele que se deslocava, no entanto e devido ao trabalho de ambos nem sempre era possível estarem juntos.

     A campainha tocou e Carlota soube logo quem era. Não era difícil. Recebeu-o com um curto vestido preto justo. Abraçou-o e sentiu-se logo atraída por aquele perfume. Como era delicioso! Beijaram-se longamente, Carlota sentia-se a derreter. Como o amava.

     “-Já jantaste?”

     Carlos olhou para a mesa de centro. Carlota tinha ali revistas de noivas. Respirou fundo. “-Parei na área de serviço e comi uma sandes.” – Pegou numa revista e olhou para a capa. Há muito que falavam em casamento. Carlos achava que ainda era cedo mas Carlota parecia tão sonhadora em relação a isso. E porque não fazer-lhe a vontade?

     “-Espero que vejas muitas revistas iguais a esta. O nosso dia tem que ser perfeito!” – Rodeou-lhe a cintura com os braços e beijou-a novamente. Deixou que as suas mãos lhe percorressem as costas e desapertou-lhe o vestido. O corpo escultural de Carlota ficou exposto para si. “-Já te disse que te amo?” – Sussurrou-lhe ao ouvido, beijando-lhe a orelha.

     Carlota arrepiou-se e sorriu. “-Há muito que não o dizes.” – Confessou. “-E é tão bom ouvir isso de ti…”

     Carlota ajudou-o a despir-se. Queria fazer amor ali, no sofá. As suas mãos acariciavam-no. Caíram no sofá. Carlos cobriu o corpo de Carlota com o seu. Amava-a. Sem dúvida que a amava. Penetrou-a, deixou-a gemer ao seu ouvido. Queria-a só para ele, Carlota tinha que ser sua, para sempre.

o que li este fim-de-semana :)

10.03.15, Marta Velha

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Mais um romance!  Com um final feliz :)

 

é mentira III :) (continuação)

09.03.15, Marta Velha

A primeira parte da reunião tinha durado cerca de três horas. O director geral falou do volume de vendas atingido e dos objectivos para o ano que acabava de começar. Na tela gigante apareciam gráficos e mais gráficos. Algumas coisas eram desconhecidas para Carlota.

     “-Esta é a tua primeira vez mas vais ver que para o ano é tudo igual. O blablabla é sempre o mesmo e por muito que se venda está sempre tudo muito mal, muito mal!” – Catarina sussurrou para Carlota. E Elisa que estava no meio das duas anuiu que assim o era.

 

     Elisa, Catarina e Carlota foram ver os lugares onde estavam sentadas para o almoço.

     “-Não percebo esta política.” – Carlota viu o seu nome e o número da mesa. Para variar não conhecia ninguém. “-Durante a reunião deixam-nos estar sentados ao lado de quem queremos, ao almoço temos que estar sentados com quem eles querem!”

     “-É normal! Acaba por ser uma maneira de conviveres com os colegas das outras zonas. Estás há um ano na empresa e só nos conheces a nós…” – Deu-lhe uma pequena cotovelada e piscou-lhe o olho. “-Aproveitas para conhecer o pessoal! Vais ver que vais gostar!”

 

     A sala de almoço estava já cheia com os seus colegas. Alguns já sentados, outros de pé que falavam entre si. Alguns empregados pareciam esvoaçar entre os seus colegas, distribuíam águas e sumos pelas mesas.

     Olhou em redor, ali estava a mesa número seis. E sentado estava o mesmo homem alto que a fez corar. “-Rais parta a minha sorte!” – Praguejou entre dentes.

     Sentiu as pernas a tremer, há quanto tempo não se sentia assim? Quando fora a última vez que estivera com um homem que a fazia tremer dos pés à cabeça apenas com o olhar? Há tanto tempo que nem se lembrava.

     Sentou-se afastada dele, sorriu. “-Olá boa tarde.” – Disse timidamente. Olhou para o cartão. Carlos Mendes.

     Carlos olhou-a intensamente. Era muito bonita. De olhos expressivos e cabelos negros. Corava ligeiramente sempre que o olhava. Carlota. Um nome tentador.

     “-Olá!” – Levantou-se para a cumprimentar.

     Carlota sentiu o perfume dele a invadir os seus sentidos, a mexer onde ela achava que estava tudo adormecido há muito tempo. Como raio iria aguentar um almoço inteiro a seu lado?

     Aquele tinha sido o primeiro encontro de ambos, um encontro ao qual se seguiram outros tantos. Primeiro encontros inocentes depois…

é mentira II :) (continuação)

08.03.15, Marta Velha

Continuação de 'É mentira':

 

Carlota também sorriu. Lembrava-se perfeitamente de ter trocado os e-mail’s com a Joana e também se lembrava de ter falado com ela ao telefone. Tinha um timbre suave e muito feminino. “-E também já falámos ao telefone!”

     “-Sim falámos!” – Deu uma risada. “-Vou apresentar-te alguns colegas da sede! Anda!”

     Carlota cruzou os braços. “-Confesso que tenho imensa curiosidade em conhecer alguns. Principalmente aqueles com quem já falei. Quando falamos com as pessoas ao telefone começamos a imaginá-las, damos-lhe uma forma, uma cor de cabelo, alguns traços característicos que vamos tirando pela voz. Acreditas que não está aqui ninguém com as características que imaginei?” – Disse muito divertida.

     Joana levou Carlota até um animado grupo de dez pessoas. Falavam entre si e riam. Pareciam todos muito cúmplices. Cada um deles segurava um copo ou uma chávena de café. Todos já tinham os seus cartões de identificação com o nome. “-Assim é muito mais fácil!” – Pensou Carlota.

     “-Meninos e meninas, esta é a Carlota. A nova vendedora da zona de Coimbra!”

     Seguiu-se uma sessão de distribuição de beijos e piadas sobre o trabalho. Perguntavam a Carlota a sua opinião sobre a empresa e o que ela fazia antes de ter ido ali parar. Carlota respondia prontamente, sem dúvida que a deixavam à-vontade e que eram todos muito simpáticos. Mas apesar disso, sentia-se completamente sozinha no meio daquela multidão.

     Alguém deu indicação ao grupo para entrar na sala ‘Blue Ocean’. Os grupos começaram a reunir-se e agora pareciam formigas em linha a entrar pelo grande buraco que era aquela porta. O silêncio reinava, como se ali houvesse respeito pelo que ia ser feito. Carlota olhou para o lado, viu um homem alto. Não conseguia ver o seu nome no tão apelativo cartão azul. Tinha o cabelo castanho muito bem penteado, um brilho no olhar que a fascinou. Sentiu-se a corar quando o olhar dele cruzou com o seu. Jurava que ele tinha acabado de esboçar um sorriso. Baixou os olhos para olhar para os pés dos que se encaminhavam à sua frente. Sentiu-se com 15 anos outra vez, o seu coração batia desenfreado, a pulsação aumentava. Que era aquilo?

     “-Carlota!”

     Olhou para o lado. Quem é que a estaria a chamar?

     “-Oh Margarida!” – Cumprimentou a sua colega de equipa.

     “-A Elisa guardou um lugar para todas nós. Assim a equipa fica toda junta. Anda!”

porque as mulheres são seres fantásticos :)

08.03.15, Marta Velha

A todas um dia feliz

 

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O QUE ANDO A LER? :)

07.03.15, Marta Velha

GGM

 Uma leitura interessante.

DREAMS!! :)

06.03.15, Marta Velha

 

Porque uma imagem vale mais que mil palavras

 

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é mentira :)

05.03.15, Marta Velha

Excerto do texto 'É mentira!", para participação na Antologia Mentira da  Pastelaria Studios Editora :

À entrada da sala ‘Blue Ocean’ havia uma secretária cheia de cartões de identificação, pastas pretas e canetas. Cada funcionário deveria tirar o cartão com o seu nome e usá-lo. Seria assim identificado pelos colegas da sede e pelos colegas das outras zonas. Aquela reunião era realizada todos os anos pela empresa, sempre em Janeiro. No entanto para Carlota era a primeira reunião a que assistia. Afinal este era o seu primeiro ano na empresa. Sentia-se deslocada. Apenas conhecia a sua directora regional, o seu chefe de equipa e os cinco colegas que tal como ela, faziam parte do mesmo grupo.
Carlota olhou em redor, naquele espaço deviam de estar cerca de 150 pessoas, toda a empresa. Sentia-se intimidada pelos olhares de que era alvo. No entanto ficou ali, ao alto, na esperança de ver um rosto conhecido.
“-Olá!” – Uma rapariga baixa, de olhos verdes e cabelo pelos ombros cumprimentou-a com um sorriso de orelha a orelha.
“-Olá!” – Respondeu sem entusiasmo.
A rapariga levantou o seu cartão azul com o logótipo da empresa e apontou para o seu nome: Joana Freitas.
“-Sou a Joana. Trabalho no departamento de contabilidade. E tu és a Carlota Martins!” – Sorriu novamente. “-Acho que já trocámos alguns e-mail’s!”