“-Vá lá, vou ter a Coimbra que mal tem?” – Carlos ronronava ao telefone.
Do outro lado da linha Carlota parecia deliciada ao ouvi-lo suplicar. Namoravam há três anos. Ao início Carlos quis que a relação fosse o mais discreta possível. Dizia mesmo a Carlota que ninguém na empresa podia saber que andavam juntos. Carlota não estranhava o excesso de zelo. Para ela também era normal que assim o fosse, trabalho era trabalho conhaque era conhaque. Mas ao fim de dois anos, e de irem aos eventos da empresa juntos Carlota achou que era demais e que devido a algumas bocas que já tinha ouvido mais valia assumirem tudo. Apesar de Carlos não ter gostado da ideia, acabou por ceder e era normal passearem de mãos dadas nas férias proporcionadas pela empresa.
“-E desta vez podes passar o fim-de-semana inteiro comigo?” – Sentou-se na cama. Tinha o telemóvel apoiado no queixo e esfregava as pernas com o creme que Carlos lhe tinha dado no Natal anterior. Cheirava a morango e muitas vezes ele dizia na brincadeira ‘Quando usas esse creme fico com vontade de te barrar com chantilly e lamber-te toda!’ Acabavam sempre a fazer amor.
“-Sabes que não gosto muito de conduzir de noite. Domingo à tarde venho embora. De Coimbra a Lisboa não é muito tempo, mas mesmo assim. Sabes bem do que falo, conduzimos em excesso!”
Carlota deu uma gargalhada. “-Estás a ficar sem pedalada é o que é! Mais vale umas horas contigo do que todo um fim-de-semana a sonhar que vens!” – Sorriu.
“-Logo, antes das dez estou por aí.”
Estavam juntos pelo menos de quinze em quinze dias. Carlos nunca a deixava viajar até Lisboa, era sempre ele que se deslocava, no entanto e devido ao trabalho de ambos nem sempre era possível estarem juntos.
A campainha tocou e Carlota soube logo quem era. Não era difícil. Recebeu-o com um curto vestido preto justo. Abraçou-o e sentiu-se logo atraída por aquele perfume. Como era delicioso! Beijaram-se longamente, Carlota sentia-se a derreter. Como o amava.
“-Já jantaste?”
Carlos olhou para a mesa de centro. Carlota tinha ali revistas de noivas. Respirou fundo. “-Parei na área de serviço e comi uma sandes.” – Pegou numa revista e olhou para a capa. Há muito que falavam em casamento. Carlos achava que ainda era cedo mas Carlota parecia tão sonhadora em relação a isso. E porque não fazer-lhe a vontade?
“-Espero que vejas muitas revistas iguais a esta. O nosso dia tem que ser perfeito!” – Rodeou-lhe a cintura com os braços e beijou-a novamente. Deixou que as suas mãos lhe percorressem as costas e desapertou-lhe o vestido. O corpo escultural de Carlota ficou exposto para si. “-Já te disse que te amo?” – Sussurrou-lhe ao ouvido, beijando-lhe a orelha.
Carlota arrepiou-se e sorriu. “-Há muito que não o dizes.” – Confessou. “-E é tão bom ouvir isso de ti…”
Carlota ajudou-o a despir-se. Queria fazer amor ali, no sofá. As suas mãos acariciavam-no. Caíram no sofá. Carlos cobriu o corpo de Carlota com o seu. Amava-a. Sem dúvida que a amava. Penetrou-a, deixou-a gemer ao seu ouvido. Queria-a só para ele, Carlota tinha que ser sua, para sempre.