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Marta Velha - Writer

Marta Velha - Writer

Um ano depois! :)

16.02.16, Marta Velha

     E então não é que a semana passada fez um anito que resolvi escrever um blog?  Decidi assim de repente e sem causa aparente, apenas porque me apeteceu como costumo dizer! Passado um ano, já mudei de templates uma mil vezes (número claramente exagerado mas... ), já mudei cores, já mudei tipos de letra, sei lá eu o que já fiz, e como me canso facilmente das coisas sei que ainda vou mudar outras tantas vezes. Não posso dizer claramente se é um blog literário, se é um blog de desabafos, se é um blog de leitura, é uma 'mistela' destas coisas todas mas andar por aqui torna-me feliz e isso é o que interessa quando fazemos alguma coisa. Se for feita com amor, com vontade sabe melhor! Espero andar por aqui outros tantos anos, todos os dias ou uma vez por semana que diferença faz? Nenhuma!

 

Continuem por cá a fazer-me companhia!

 

Marta

Partida...Mini conto! :)

16.02.16, Marta Velha

Amigos,

Ao fim de 50 anos é isto que todos vocês são! Amigos!

Era um jovem de 16 anos quando entrei neste mundo. Eram mais de 2000 trabalhadores. Vim pela mão do vosso avozinho. Homem honrado, trabalhador, amigo de todos nós. Conhecia-nos a todos pelo nome, conhecia as nossas famílias e preocupava-se com nós!

Ergueu esta fábrica do nada. Com as próprias mãos, dizia-o várias vezes. E sei que, onde quer que esteja, tem orgulho de vocês.

Agora somos bem menos, mais máquinas, as tais modernidades que o avozinho tanto abominava, mas males necessários para tudo isto seguir em frente, como vocês anunciaram mal tomaram conta de tudo.

Chegou a hora de me despedir. 50 anos são uma vida!

Custa-me passear por estes corredores e saber que tenho que dar lugar a alguém mais jovem ou até a uma máquina mais produtiva!

Custa-me não ouvir tantas gargalhadas e saber que os meus passos são apenas acompanhados pelo ‘tch tch’ normal de uma máquina em funcionamento.

Custa-me saber que daqui a meia dúzia anos serão apenas necessários pouco mais de dez homens para todo este ‘mundo’ continuar a produzir.

Custa-me saber que estou num mundo tão robotizado. Mas parto sem mágoa, não com vontade, mas pelo menos não levo mágoas comigo. Levo muitas e boas recordações.

Parto com a sensação de dever cumprido. Aprendi e ensinei. Vi muitos a chegar e muitos a partir. Agora é a minha vez!

Tentem nunca fechar as portas que um dia estiveram abertas para todos nós. Honrem sempre o vosso avozinho que era homem de palavra! Cumpram sempre as vossas promessas.

Passarei aqui à porta muitas vezes. Passaria por outros 50 anos se tal me fosse possível.

Mas este mundo é mesmo assim.

Deste vosso amigo,

Manuel’