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Confissões:
Confesso que o que sinto por ti é maior que o tamanho do mundo. Confesso que talvez tenha sido a primeira a perceber deste tão grande sentimento. Amo-te. Já não me custa a confessar tal coisa. Amo-te e ponto final é assim, talvez não tão simples como possa parecer.
Mas agora estamos os dois juntos e confesso que espero que o seja para sempre. Para além dos tempos…
Lembro-me tão bem do nosso primeiro encontro...
Sorriste para mim e apercebi-me que o sorriso não era dado apenas para as câmaras, aquele que tinhas acabado de dar era para mim. Só meu. As tuas primeiras palavras foram engraçadas.
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Obsessões 'Amor doentio' - Olhou-a fixamente enquanto ela se dirigia para a sala das fotocópias. Aquele vestido em tons de rosa assentava-lhe muito bem. Todas as suas curvas ficavam bem delineadas. Sabia exactamente quando ela o comprara, em que loja e em que outras ocasiões o usara...
“-Ana, por acaso viste quem deixou aqui a flor?”
A colega olhou-a admirada. Estaria a falar de quê? “-Não! Não vi ninguém a deixar aí nada. Mas não é a primeira vez que recebes uma, pois não? De certeza que é algum admirador secreto!” – Sorriu.
Vanda olhou em redor. Trabalhavam ali cerca de 80 pessoas. Podia ser qualquer um! Havia também pessoal externo que entrava e saía constantemente. Ficara assustada quando Ana alegara ‘admirador secreto’. Mas para quê alarmar-se, era só uma flor...
...entrou na divisão com um tabuleiro com uma sopa. “-Deves estar exausta! Dormiste três dias! Mas estás com bom aspecto! Vamos ser tão felizes, meu amor!” – E sorriu maliciosamente.
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Premonição: ...Alice via o seu corpo deitado numa cama de hospital, alguém gritava na sala ao lado. Um grito agonizante cheio de dor. As lágrimas caíam no chão como se fossem pingos de chuva num dia de tempestade. Queria pegar na mão daquela mulher que chorava...
Alice acordou sobressaltada!! Tinha a mão sobre o coração, este batia descontroladamente como se quisesse fugir-lhe do peito...
Olhou lentamente para o lado. Estava no hospital, o bip agudo vinha de uma máquina a seu lado. Estava uma enfermeira aos pés da cama. Ouvia gritos e um choro que não parava por nada. Uma voz de homem, uma voz calma e que parecia apaziguar muitas tempestades...
João acariciou-lhe os dedos e beijou-lhe os nós dos mesmos. “-Quando há seis anos, naquela cama de hospital, me disseste que ias casar comigo e que íamos ter 2 filhos, fiquei tentado em chamar o psiquiatra de serviço!”
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Mentira: “-Carlota!”
Olhou para o lado. Quem é que a estaria a chamar?
“-Oh Margarida!” – Cumprimentou a sua colega de equipa.
“-A Elisa guardou um lugar para todas nós. Assim a equipa fica toda junta. Anda!”
“-Vá lá, vou ter a Coimbra que mal tem?” – Carlos ronronava ao telefone.
Do outro lado da linha Carlota parecia deliciada ao ouvi-lo suplicar. Namoravam há três anos. Ao início Carlos quis que a relação fosse o mais discreta possível. Dizia mesmo a Carlota que ninguém na empresa podia saber que andavam juntos. Carlota não estranhava o excesso de zelo. Para ela também era normal que assim o fosse, trabalho era trabalho conhaque era conhaque. Mas ao fim de dois anos, e de irem aos eventos da empresa juntos Carlota achou que era demais e que devido a algumas bocas que já tinha ouvido mais valia assumirem tudo. Apesar de Carlos não ter gostado da ideia, acabou por ceder e era normal passearem de mãos dadas nas férias proporcionadas pela empresa...
Carlota tinha passado a noite em claro, chorou abraçada à camisa de Carlos não queria acreditar que os últimos cinco anos da sua vida, da vida em comum dos dois tinha sido uma mentira!
Tinha os olhos inchados e ardiam-lhe quando pestanejava. A palavra mentira assolava a sua mente. Como é que se tinha deixado enrolar pelo seu novelo delas? ...
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Lembras-te? Linda. Ela é tão linda!
Lembras-te de te ter contado que estas foram as primeiras palavras que disse quando te vi?
Estava com o João. Lembras-te do João, não lembras? O meu amigo! Naquela festa de anos, há quarenta anos…
Deste uma gargalhada. Seguraste na minha mão e suavemente disseste que não valia a pena eu estar atrapalhado porque iriamos passar o resto das nossas vidas juntos!
Lembras-te?
Tens que te lembrar! O meu coração já era teu naquele dia! Fiquei preso àquela promessa que fizeste. Que ficaríamos juntos para o resto das nossas vidas. Foi há quarenta anos...
E agora estás presa no teu corpo, na tua mente. Mas tu fizeste uma promessa. Disseste que ficaríamos juntos para o resto das nossas vidas.
E eu ainda te amo.
Lembras-te?
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Um dia de praia. O mar estava calmo, as pequenas ondas iam e vinham fazendo um barulho suave, a brisa já não se fazia sentir com tanta intensidade, o calor apertava. Maria estava deitada na toalha. Já tinha lido uma boa parte do seu livro, já tinha ido até ao mar, já tinha feito uma caminhada. Olhou novamente para o relógio, tinham passado apenas cinco minutos desde a última vez que tinha visto as horas. Sentia-se cansada e sonolenta…
“-Preferi esperar por ti…” – E puxou-o para si fazendo com que o seu corpo ficasse sobre si. “-Estava cheia de saudades. E com uma vontade enorme de te ter só para mim.” – Beijou-o. “-E de fazer amor contigo!” – Beijou-o novamente...
Pegou no telemóvel, oito da noite e… Uma mensagem.
“-Meu amor, hoje não deu para escapar e ir ter contigo. Prometo que amanhã tiro o dia só para ti. E tenho uma surpresa :-). Adoro-te.”
Maria sorriu. O desejo de estar com Roberto era tanto que sonhava… Um sonho que tinha a certeza que no dia seguinte se tornaria realidade...