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Marta Velha - Writer

Marta Velha - Writer

Conselho do dia!! :) (para todos os dias sff :D)

30.09.16, Marta Velha

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Restava! (mini conto) :)

27.09.16, Marta Velha

A recordar

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     Restava explicar tudo outra vez. Há quanto tempo estavam assim? Dois anos? Sim, talvez! Mas que importava isso quando para trás estavam mais de sessenta?

     Maria tinha alzheimer há mais ou menos dois anos. Mas lá no fundo José sabia que ela ainda o amava. Às vezes perguntava quem ele era. E ele respondia sempre a mesma coisa: aquele a quem roubaste o coração! Depois Maria sorria e voltava a ficar num mutismo que o assustava. José acreditava que durante aquele mutismo ela pensava nas longas horas de amor, nos passeios de mão dada, nos beijos dados ao luar, nas juras eternas de amor. Se a amava? Sim ainda a amava.

     José cuidava dela como quem cuida de uma jóia preciosa. E aquela situação doía-lhe muito. Havia dias em que Maria estava tão bem que ele achava que o médico se tinha enganado, outros… Bem, noutros dias ela nem sabia o que era um garfo. E a José restava explicar com todo o seu carinho o que era e para que servia. Às vezes viam fotos juntos, fotos de muitos momentos vividos juntos, fotos dos filhos, fotos dos netos. Maria recusava-se a responder às perguntas de José. Mas ele não se importava. Sabia que no dia seguinte ela iria estar melhor e responderia com amor que eram os dois em lua-de-mel. Que eram os filhos na escola. Que eram os anos dos netos. Que era a vida deles ali naqueles pedaços de papel coloridos. Por isso José esperava….

     E esperava, afinal o resto da vida era tudo o que lhe restava.

Vida! :)

22.09.16, Marta Velha

 

A vida é muito importante para ser levada a sério.

Óscar Wilde

O que ando a ler? :)

21.09.16, Marta Velha

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Meu amor! :) (mini conto)

16.09.16, Marta Velha

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     Meu amor:

     Hoje resolvi colocar por escrito tudo o que há muito te quero dizer. Tudo o que fica entalado na minha garganta sempre que te vejo. Sabes como são as palavras, não sabes? Passeiam na nossa mente, brincam até, voam como se fossem borboletas num dia de primavera! Mas nunca, nunca são ditas no momento exato! Mas hoje ganhei coragem! E hoje vou obrigar todas estas palavras a dançarem no papel, apenas porque necessito de confessar!

     Amo-te! Amo-te muito! Tanto que quando te olho o meu coração dispara, quer saltar-me do peito e fugir para junto de ti. Este mesmo coração que é teu mesmo sem tu saberes! Fico com vontade de te abraçar, sentir o calor do teu corpo, sentir o teu odor. Esse odor que me embriaga sempre que estás perto de mim. Esse odor tão teu e que eu reconheceria no meio de uma multidão! Quero que o brilho do teu olhar seja mais forte porque brilha por nós!

     Amo-te! Amo-te muito! Tanto que chega a doer! Uma dor que apenas se acalma quando sorris! A tua voz tem o dom de me sossegar, mas mesmo assim não tenho coragem para te confessar tudo. As palavras não me saem da pela boca, mas agora estão aqui expostas à tua mercê! E podes lê-las e entende-las como te aprouver!

     Amo-te! Amo-te muito! Tanto que recordo o som da tua gargalhada e o efeito que ela tem em mim. Faz-me arrepiar como se fosse uma música que me toca na alma. Saber que estás feliz deixa-me menos ansiosa. Queria ter coragem para te olhar nos olhos, esses olhos castanhos que são o espelho do ter ser! Um ser que para mim é maravilhoso. Bom! Doce! Ternurento!

    És o meu anjo! Porque sem o saberes estás sempre comigo, no meu coração! Queria segurar a tua mão, dizer que te amo, que quero ser tua, que quero caminhar a teu lado sempre, vislumbrar o futuro, o nosso futuro! Mas tenho medo…

     Amo-te! Mas e se tu não me amas? Mas e se tu não te acalmas quando me vês? Mas e se o teu coração não dispara quando estás comigo? Mas e se perderes a gargalhada quando leres esta minha carta? Mas e se eu perder a tua amizade porque o que sinto é muito mais que isso? É amor… Por favor, não percas é o brilho do teu olhar por causa destas palavras! Não! Não suportaria ver os teus olhos sem a alegria contagiante que têm!

     Meu amor…

     Hoje resolvi colocar por escrito tudo o que há muito te quero dizer! Amo-te! Mas o medo de te amar também faz o meu coração disparar! Também faz doer, é uma dor tão forte como se… Como se me estivessem a arrancar o peito!

     Meu amor… Sonho com um futuro!

     Um futuro onde os dois estaremos sentados no nosso sofá, rodeados pelos nossos filhos, netos e bisnetos! E com tantas histórias para contar! Sonho… um sonho que parece tão simples mas que apenas é realizável se tu também me amares…

     Amo-te e as lágrimas correm pelo meu rosto não porque sim mas porque tenho medo! Este medo que anda de mãos dadas com o amor que te sinto! Medo de ter que guardar este amor no meu coração só para mim e só para te ver feliz!

     Meu amor…

     Hoje resolvi colocar por escrito tudo o que há muito te quero dizer!

     Amo-te!

     E talvez um dia os nossos corpos se unam numa dança! Só nossa! Sensual! Lenta! Suave… Talvez os nossos sabores se fundam! Talvez agarres a minha mão e me faças viajar!

      Talvez um dia possamos ouvir, juntos, o som dos nossos silêncios! Talvez um dia possamos olhar juntos na mesma direção!

     Talvez tudo isto seja possível porque hoje resolvi colocar por escrito tudo o que há muito te quero dizer. E se tu também tiveres palavras para avivar este amor, por favor não as guardes só para ti! Partilha-as comigo! Porque muito pior que nada dizer é sofrer por não o ter feito!

     Amo-te! Amo-te muito! E hoje resolvi colocar por escrito o que há muito te quero dizer.

     Talvez um dia possamos rir juntos desta minha loucura de te escrever! Mas se assim for, se ambos estivermos a rir juntos, é sinal que a vida nos uniu! É sinal que o teu coração também é meu, apesar de tu nem desconfiares de tal!

     Amo-te! Amo-te muito! E hoje resolvi colocar por escrito o que há muito te quero dizer.

     Desta que tanto te ama e quer,

    

 

 

Texto inserido no colectânea Arte pela Escrita Nove

    

O que ando a ler? :)

16.09.16, Marta Velha

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I think that love is true in fairy tale!! (recordar :) )

15.09.16, Marta Velha

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        Sentia que o meu corpo vagueava pelo vazio. Era como se a minha alma voasse para longe... O vento batia-me no rosto. Desalinhava-me o cabelo! Não conseguia ver nada à minha frente. Um vazio! Sentia que estava num vazio!

     Ao longe comecei a vislumbrar uma pequena luz. Estava perto do meu destino... Um destino pelo qual lutei! Um destino que eu não tinha como certo mas que queria acima de tudo. Um destino que me daria liberdade. Liberdade de te amar!

     Ao meu redor tudo começou a tomar forma. As casas. As ruas. Os jardins. As flores! Finalmente conseguia ver toda a beleza retida nas flores! Os cheiros, até os cheiros eu consegui distinguir. O teu cheiro estava perto de mim. Sentia-te! Oh, aquela dor no peito novamente. A dor de te amar e não te poder ter!

 

     Guilherme estava agitado. Havia noites que não conseguia dormir. Tinha sempre o mesmo sonho. Uma mulher alta, de cabelos compridos e negros como a noite, tez pálida e suave, de sorriso capaz de derreter todo o gelo existente no mundo! Vinha sempre acompanhada de um som estridente! Uma campainha desesperada!         

     Essa mulher vinha ao seu encontro numa noite de Verão, iria abraçá-lo e dizer que o amava! Mas o mais estranho é que mesmo não a conhecendo, Guilherme já a amava. Queria-a! Sabia que a seu lado ia ser feliz! Acordou de repente! A respiração acelerada! O suor escorria-lhe pelo rosto! A sua visão estava turva! Sentou-se na cama e respirou fundo! Precisava de se acalmar!

     "-Estou a ficar maluco! Sonho com fadas! Já tenho idade para ter juizinho!" - Deu uma gargalhada nervosa. Levantou-se a custo. Olhou para os pequenos números vermelhos do seu despertador. Quase cinco da manhã! Arrastou os pés pelo corredor, sentia a cabeça a latejar, não precisava de um copo de água! Precisava de algo muito mais forte!

     Olhou pela janela da sua cozinha. A aurora começava a romper lá fora. O céu estava de um tom que ele nunca vira! Azul índigo, rosa, lilás, amarelo, laranja, vermelho! Cores estranhas para uma manhã suave de Verão! Ouviu uma barulho seco e assustou-se! Era como se algo tivesse caido no seu quintal! Abanou a cabeça, precisava claramente de descanso.

     Bebeu a água e fechou os olhos.

     Alguém começou a tocar desesperadamente à sua campainha. Esbugalhou os olhos. Conhecia aquele som! Era o mesmo som dos seus sonhos! Olhou em redor. Não era possível...

     Andou a medo. Abriu a porta a custo...

     Era alta, tão alta como ele. A sua pele parecia a pele de um bebé. Claramente macia. Branca. Ela era muito branca. O seu cabelo era como um borrão negro caido sobre os seus ombros. Tocava-lhe na cintura e acariciava-a. Sorriu-lhe. O seu sorriso era acompanhado por um coro de anjos! Era ela!

     Alina estendeu-lhe os braços. Queria abraçá-lo. Mas Guilherme tinha medo de acordar, não agora que estava tão perto de lhe tocar.

     "-Amo-te..." - Aquela voz suave. Aqueles olhos meigos a olharem para Guilherme.

     Guilherme teve a certeza que não era um sonho. Era real. Sabia que ia ser feliz. Sabia que a amaria para sempre. Abraçou-a com força. Queria senti-la. Coração com coração.

     "-E eu a ti..."

     Os seus lábios tocaram-se e o beijo trocado foi com amor.

Pensamento do dia :)

15.09.16, Marta Velha

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