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Marta Velha - Writer

Marta Velha - Writer

Perfeito! :)

19.11.20, Marta Velha

 

   

   -Perfeito!! - Gritei com as mãos levantadas para o céu. -Era só isto que me faltava! - O autocarro tinha partido, não sem antes me sujar de lama. 

     Estava desempregada, sem dinheiro e suja. Muito suja! Lá se ia a entrevista de emprego. Aquele emprego que me poderia salvar de ser expulsa do mísero quarto onde vivia. 

     -Que é que faço? - Sentia picadas nos olhos, pior era se começasse a chorar na rua. 

     -Desculpe... 

     Virei-me e deparei com Deus! E quando digo Deus é daqueles gregos! 

    -Ah perfeito! Morri atropelada pelo autocarro e estou no céu! Olá Deus! - Saudei o estranho que estava na minha frente e que era lindo de morrer! 

     -Acho que deixou cair o seu telemóvel naquela poça de... lama! 

     Perdi o sorriso, nem Deus me animaria. Desta vez não eram picadas que sentia nos olhos, eram lágrimas... Gordas! Quentes! Que me escorriam pela cara! 

    -Tenha calma! - Disse novamente o meu Deus. -Nada pode ser assim tão mau! 

    Dei a maior gargalhada dos últimos tempos. -Quer mesmo falar sobre isso?  

    O estranho apanhou o telemóvel, limpou-o e sorriu-me. Há quanto tempo não me sorriam assim?  

     -Quero! Tinha agora um compromisso mas pago-lhe um café!  

     Dei por mim lavada em lágrimas a contar os meus últimos dias aquele homem. Um Deus que não me parava de sorrir.  

    -Hoje é o seu dia de sorte. 

   Tive que rir novamente! E sem vontade!  

   -O meu nome é Paulo, e sou o seu novo patrão! Está contratada!

 

 

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Porque acho mesmo que será uma excelente prenda! 'Avô, fala-me de ti!'

17.11.20, Marta Velha

 

Pensem num excelente livro para oferecer...

Agora pensem num livro cujo autor é o... avô!!

Sim, aqui está um excelente livro que todos os avôs (ou avós) merecem ter!

Quantas vezes já ouvimos dizer 'Ah, a tua história dava um livro!', pois bem! Este livro é simplesmente delicioso. Quando fui contactada para o receber ainda pensei duas vezes se aceitaria ou não, mas quando li o 'press release' aceitei! Aceitei e lembrei-me do avô do meu filho (o meu pai!), e com ele outros tantos que têm sempre histórias na ponta da língua.

'Quando eu era pequeno... ah a tua bisavó é que mas dizia... quando eu andava na escola... eu e os meus amigos só fazíamos asneiras... tantas vezes que dancei esta música com a vossa avó... no meu tempo é que era...'

Ao folhear estas deliciosas páginas lembrei-me de tantas e tantas histórias que o meu pai conta e que agora podem ficar imortalizadas!

Durante o livro o avô 'deve' responder a perguntas tão simples como:

'Que recordações tens da tua infância?'

'Conta-nos coisas sobre a tua mulher, nossa avó.'

'Gostavas do teu trabalho?'

Há também algumas 'páginas' em branco onde ficarão muito bem uma ou outra foto! 

 

Atrevam-se a oferecer e talvez fiquem surpreendidos com tantas e tantas histórias que o avô tem para contar! 

Mais informações aqui: https://www.familiam.pt/ 

 

 

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Carta de amor!

08.11.20, Marta Velha

Ao meu anjo bom e doce: 

 

dizem que as cartas de amor estão fora de moda! Mas quererá isso dizer que o amor também está? Não acredito! 

Sabes todas aquelas palavras que nos ficam entaladas na garganta e custam a sair? Ou todas aquelas palavras que temos medo que alguém as ouça por acharmos que são ridículas? São essas mesmas palavras que vou aqui imortalizar! 

Por vezes tenho medo que tudo isto seja um devaneio de uma pobre louca de amor. Mas depois olho para tudo aquilo que já vivemos e no meu rosto rasga-se um sorriso do tamanho do mundo e capaz de iluminar toda uma cidade! Dizem que é um dos sintomas do amor! E eu acredito... 

A respiração torna-se ofegante, tudo aos meus olhos é uma miríade de cores! Cores suaves mas que intensificam todos os meus sentidos! Amor! Dizem que é um dos sintomas do amor! E eu acredito... 

Todas as músicas me fazem lembrar de ti! Pior, todas as músicas foram escritas para nós! Dizem que é um dos sintomas do amor! Tenho mesmo que acreditar! 

Todos os minutos que passo contigo são poucos, e passam tão depressa! Dizem que é assim quando se ama! Uma hora parece um minuto mas um sorriso parece a eternidade!  

Meu anjo, o teu olhar diz-me tanto! Sossega os meus medos e acalma as minhas ansiedades! A tua mão na minha aquece-me a alma e faz promessas silenciosas que sei que cumprirás. 

Amo-te! Por muito ridículo que esta palavra possa parecer, amo-te! E por mais ridículas que sejam as cartas de amor, vou escrever-te sempre uma! Sei que ficarás deliciado a lê-la, sei que irás esboçar um sorriso ao ler as minhas palavras. Sei que fecharás os olhos e inalarás o odor suave do papel. Sei que te lembrarás dos nossos beijos e de todas as juras que fizemos por amor! Sei que te lembrarás de todas as tardes passadas enroscados no sofá, de todos os nossos suspiros! Sei que terás vontade de fazer amor comigo! E acredita meu amor, será recíproco!  

Amo-te! Amo-te e quero a eternidade contigo! 

Sabes, dizem que o amor nos obriga a fazer coisas ridículas. E eu acredito! Como daquela vez que dançámos à chuva! Só dois loucos de amor o fariam!  

Um dia vamos sentar-nos num banco de jardim, teremos 80 anos, 60 de vida em comum! E vamos rir de tantas lamechices que fizemos e dissemos. Vamos contar a história aos nossos bisnetos, e eles vão rir! Vão rir porque já ninguém escreve cartas de amor! Vão rir, porque já ninguém diz 'amo-te'! Mas tenho a certeza que vão ficar muito orgulhosos de nós! Porque a nossa história será a deles também! 

Meu anjo, já ninguém escreve cartas de amor! Mas as palavras escritas têm um poder tão forte! Duram uma eternidade! E agora ao imaginar o teu sorriso esboço um também! Sei que me amas. Sei que farás tudo por mim! Sei que a eternidade é nossa! E mesmo que um dia atravessemos dias de tempestade onde coisas menos boas serão ditas pela mesma boca que diz amo-te, não importa! Não importa porque logo a seguir a paz regressará à nossa mente! O sorriso será mais tímido, mas o ‘amo-te’ e o ‘desculpa’ virão logo a seguir! Daremos as mãos e a caminhada continuará lado a lado!  

Meu anjo, fica com estas tão simples palavras. Sinceras! De amor! De muita gratidão! E lembra-te que o amor move montanhas e desvia rios. 

Amo-te e quero que tenhas uma certeza – esta será a primeira de muitas cartas de amor!  

 

Daquela que te ama!

Esqueletos no armário! :)

08.11.20, Marta Velha

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Vagueei pela rua, amedrontada! Tinha fugido... Aquela tinha sido a pior descoberta da minha vida... 

 O meu olhar estava vago, distante, o medo apoderara-se de mim! A minha voz gritava num silêncio que me sufocava as lágrimas! A respiração era ofegante, já conhecia a expressão há muito tempo, mas vivê-la...  

 
A manhã estava clara, o sol brilhava no céu! Aquela casa era o sonho de qualquer um, cabia-me a mim fazer a angariação. A voz rouca do telefone tinha dito que as chaves estavam debaixo do vaso. O quinto vaso do lado direito da terceira fila! Iria sozinha e poderia tirar as fotos que quisesse!   

Era uma moradia secular! Cada janela tinha um painel de azulejos que eu questionava como raio tinha sobrevivido ao amigo do alheio! 

A vizinha do lado, quando me viu, sussurrou a medo que a casa era assombrada! Parece que a sua dona havia desaparecido no dia do seu casamento!   

-Há esqueletos no armário! - Voltou a dizer a medo! 

Ri-me... Esqueletos no armário, quem é que não os tem? 

A casa era assombrosa! Fiquei a imaginá-la com uma nova pintura e com todos os móveis renovados! Sim, assombrosa!  

Um dos quartos tinha o papel de parede a cair, e havia ali um brilho estranho que me pareceu vindo do sol a bater nos vidros. Aproximei-me. Era impossível o sol brilhar assim no papel de parede. 

Puxei uma das pontas e assustei-me quando ouvi um grande estrondo! A parede tinha caído a meus pés! Depois de afastar o pó do meu olhar... Gritei!! Gritei com todas as forças que tinha e fugi! 

A meus pés tinha caído um esqueleto vestido de noiva, com uma faca espetada no coração, numa das mãos um anel. Um enorme anel que ainda brilhava à luz do sol...  

 

Ultimo suspiro!

07.11.20, Marta Velha

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-Lembras-te desta? 

     Camila soltou uma gargalhada! -Foi quando dei o trambolhão no meio do restaurante! Apostaste comigo em como não pedia o número aquele empregado lindo de morrer! 

     -Desatámos as duas a rir quando o começaste a imitar! Parecias uma hiena a parir! 

     -Ele de boca fechadinha era lindo de morrer! Se tivesse que falar ou rir... ui!! Uma hiena a parir, um elefante cuja tromba foi pisada!! Sei lá eu! 

     -E esta? 

     Camila olhou para a foto. -Eu vestida de Zé Castelo Branco, tu de Lady Betty! -Fez silêncio durante uns segundos e começou a imitar uma voz masculina esganiçada. - Suas piroooosaaas! Suas ordinaronaaaas! Suaaaas bichaaaas releeeees 

     -O Carnaval de Frossos nunca mais foi o mesmo depois do nosso desfile pelas ruas! - Ana ainda ria sempre que se lembrava de tal dia! 

     -Sua bichaaaa pirosaaaa! Como é que a menina foi capaz? - Continuava dentro da personagem de Zé Castelo Branco. -A menina é uma bicha do pior! 

     Camila ficou séria de repente. -Já não me resta muito tempo. 

     -Não digas isso! Por favor... - Limpou uma lágrima que lhe escorreu pelo rosto. 

     -Sabes o que o médico disse. Três meses de vida. Parto feliz. Vivemos momentos que recordarás para sempre. Sê forte pela mãe e pelo pai. 

     -Não vou ser capaz! Não quero acreditar que a doença também te vai levar! Levou-te o cabelo, a mobilidade... 

     -Não me levou nem a alegria nem o amor que sinto por vocês! 

     -Continua a lutar, por favor! - Apertou-lhe a mão com força. Apercebeu-se que Camila era apenas pele e osso. Há quanto tempo estaria assim tão magra e pálida? E a sua respiração tão débil? 

    -Não luto mais, chegou a minha hora. Vou em paz... - Esboçou um sorriso, fechou os olhos. Aquele fora o seu último suspiro.  

     

Tenho de ir!!

06.11.20, Marta Velha

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Tenho de ir...  

Leva-me na tua mão, agarrada ao teu abraço! Acariciada pelo teu sorriso. Agarrada a todas as promessas feitas.  

Tenho de ir... 

E irei contigo nesta longa caminhada que nos espera aos dois. Sem medos ou receios do que possa acontecer! Tenho de ir e de certeza que irás sempre a meu lado! O amor não é fácil, a vida a dois também não. Mas vamos, de sorriso nos lábios e de sonhos na mente!  

Não é preciso correr porque há que apreciar o nosso caminho. As flores ou pedras que irão aparecer serão de ensinamento para o futuro. Mas corre-se por gosto quando ao nosso lado vai quem amamos. Anda, agarra tu também na minha mão. Arco íris, flores, purpurinas, corações, cupidos rechonchudos... caminharemos sobre as nuvens... 

Tenho de ir... 

E irei embalada nas tuas palavras doces e cheias de carinho, palavras sussurradas nas noites escuras e frias de inverno. Palavras que prometem a lua, a eternidade.  

Assim é o amor.  

Promessas 

Eternidade 

Paixão  

Sonhos 

Desejo 

Tenho de ir... 

Texto publicitário!!

06.11.20, Marta Velha

O desafio era fazer um texto publicitário a um produto ou causa! Escolhi uma causa que considero importante e 'saiu' isto 

 

Não queremos saber, porque não nos importa!! 

-Não nos importa se és positivo, nem sequer se és negativo! 

-Não queremos saber se és do tipo A, B ou O! 

-Nem sequer nos importa se és a junção de duas letras! 

-O que nos importa é que precisamos de ti! 

APARECE! 

-Sê herói por uma vida! Porque isso sim, importa!  

Dá sangue! 

Para hoje!! :)

04.11.20, Marta Velha

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