Para recordar IV! :)
Faltou tentar o impossível. O impossível, o improvável, o impensável. Agora ali, ao vê-la vestida de noiva, tão bonita, tão radiante, tão feliz, não sabia se aquele impossível era assim tão improvável e impensável! A única coisa a fazer era mesmo o impossível, confessar-lhe o seu amor!
Engoliu em seco. Não sabia o que dizer, aliás, nunca soubera o que dizer, porque as palavras eram poucas para confessar tudo o que sentia.
Sempre tivera medo de lhe dizer que a amava, talvez porque Mariana sempre o considerara como um ‘melhor amigo mais que irmão’, e ouvir essas palavras de quem se amava, doía, doía muito.
“-Mariana…” – Engoliu em seco. “-Eu…”
Mariana olhou-o com os olhos marejados. Sentia-se uma princesa. “-Estou tão feliz! E tu também tens que experimentar o teu fato! Aposto que vais ficar maravilhoso!”
“-Mariana, ouve-me por favor!”
“-Sei o que vais dizer!” – Sorriu.
“-Sabes?”
“-Vais dizer que nunca imaginaste que eu casasse mesmo! E que mereço melhor. Depois de um noivado tão conturbado, depois de tantas zangas e… Mas eu sei que ele vai mudar!”
“-Não Mariana, nada disso!” – Fazer o impossível, pensou!“-Vou fazer o impossível.” – Aproximou-se e beijou-a na boca. “-Amo-te, sempre amei. E não suporto a ideia de casares com outro!”
“-Oh, isso é…”
“-Impossível, mas verdade!”
“-Não, Salvador! Não podes fazer-me isto! Não agora! Caso na próxima semana!” – Limpou as lágrimas dos olhos.
“-Tentei de tudo para te confessar o meu amor. Dizias que era-mos irmãos!” – Abanou a cabeça. “-Até ontem, o que acabei de fazer, era mesmo impossível. Mas hoje sei que te amo, que te quero e vou lutar por ti! Não cases, por favor!”
Mariana olhou o seu reflexo no espelho. Na sua mente o namoro e noivado conturbado que tinha tido. Olhou para Salvador. E se também fizesse o impossível?