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Marta Velha - Writer

Marta Velha - Writer

Para recordar! :)

08.10.22, Marta Velha

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'Quero ficar aqui parada e quero que o tempo pare comigo. Quero que o passado se justifique, quero que o presente corra rápido e que traga o futuro! E quero que o futuro se torne presente e que me faça sorrir! Sorrir ao recordar que estiveste no meu passado e me fizeste feliz! Muito feliz!'

Para recordar! :)

07.10.22, Marta Velha

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Vinha altiva, aquele olhar de superioridade que me deixava vermelho de raiva… Tão vermelho como o vestido que se lhe colava ao corpo como uma segunda pele!
Como é que ela podia humilhar tudo e todos? Como é que podia ser tão desumana? Como é que se atrevera a rejeitar todo o amor que eu tinha para lhe oferecer?
Eu… Eu só queria uma oportunidade para ser feliz, para a amar! Mas riu-se! Riu-se na minha cara e teve coragem de dizer que mesmo que eu fosse o último homem à face da terra jamais me mataria o desejo!
Matar… foi aquela palavra que percorreu o meu corpo como um fogo! Daqueles fogos devoradores! Vermelhos vivos! Como o vestido dela… Como a minha raiva…
Limitei-me a segui-la. Ia altiva! Tão altiva como a minha raiva. Estava em frente ao espelho. Retocava o batom dos lábios. Vermelhos! Como o vestido, como a minha raiva.
Ah, eu não tive culpa! Aquela palavra na minha mente! Aquela gargalhada sonora quando viu o meu reflexo atrás de si, pelo espelho!
Todo aquele vermelho que não era fogo nem paixão nem raiva nem o seu vestido!
Sangue!
Todo aquele vermelho ali espalhado. O que é que eu fiz?
A raiva… a palavra… o vermelho nas minha mãos… o seu corpo nada altivo a meus pés… o seu vestido manchado… a faca no seu peito… e eu ali que só a amava! Que só queria que todo aquele vermelho fosse o fogo da nossa paixão!

Para recordar! :)

06.10.22, Marta Velha

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Fujo porque os nossos beijos perderam o sabor…
Fujo porque quero viver com a recordação do que eles eram, como eram e como me faziam sentir! Quero recordar aquele sabor a primavera sempre que me beijavas! Aquele sabor de música suave que me fazia pairar no ar! Aquele sabor lento que me percorria o corpo e a mente! Aquele sabor único de fechar os olhos lentamente e de vaguear nos teus braços por entre as carícias! Fujo mas olho para trás na esperança de perceber o que aconteceu! Que volte aquele sabor singular de sentir as nossas línguas numa dança desenfreada! Que volte o sabor das gargalhadas que dávamos sempre que ficávamos sem ar! Fujo… Mas tenho esperança de mais à frente te encontrar! Esperança que me arrebates desta sensação insossa que de repente os nossos beijos ganharam! Foge também meu amor! E talvez aí tudo ganhe um novo sabor! Talvez a culpa seja minha, ou tua mas que volte aquele sabor intenso que me fazia viajar ao mundo do prazer!
Fujo… Fujo porque os nossos beijos perderam o sabor…

Para recordar! :)

05.10.22, Marta Velha

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Sentia que o meu corpo vagueava pelo vazio. Era como se a minha alma voasse para longe... O vento batia-me no rosto. Desalinhava-me o cabelo! Não conseguia ver nada à minha frente. Um vazio! Sentia que estava num vazio!
Ao longe comecei a vislumbrar uma pequena luz. Estava perto do meu destino... Um destino pelo qual lutei! Um destino que eu não tinha como certo mas que queria acima de tudo. Um destino que me daria liberdade. Liberdade de te amar!
Ao meu redor tudo começou a tomar forma. As casas. As ruas. Os jardins. As flores! Finalmente conseguia ver toda a beleza retida nas flores! Os cheiros, até os cheiros eu consegui distinguir. O teu cheiro estava perto de mim. Sentia-te! Oh, aquela dor no peito novamente. A dor de te amar e não te poder ter!

Guilherme estava agitado. Havia noites que não conseguia dormir. Tinha sempre o mesmo sonho. Uma mulher alta, de cabelos compridos e negros como a noite, tez pálida e suave, de sorriso capaz de derreter todo o gelo existente no mundo! Vinha sempre acompanhada de um som estridente! Uma campainha desesperada!

Essa mulher vinha ao seu encontro numa noite de Verão, iria abraçá-lo e dizer que o amava! Mas o mais estranho é que mesmo não a conhecendo, Guilherme já a amava. Queria-a! Sabia que a seu lado ia ser feliz! Acordou de repente! A respiração acelerada! O suor escorria-lhe pelo rosto! A sua visão estava turva! Sentou-se na cama e respirou fundo! Precisava de se acalmar!
"-Estou a ficar maluco! Sonho com fadas! Já tenho idade para ter juizinho!" - Deu uma gargalhada nervosa. Levantou-se a custo. Olhou para os pequenos números vermelhos do seu despertador. Quase cinco da manhã! Arrastou os pés pelo corredor, sentia a cabeça a latejar, não precisava de um copo de água! Precisava de algo muito mais forte!
Olhou pela janela da sua cozinha. A aurora começava a romper lá fora. O céu estava de um tom que ele nunca vira! Azul índigo, rosa, lilás, amarelo, laranja, vermelho! Cores estranhas para uma manhã suave de Verão! Ouviu uma barulho seco e assustou-se! Era como se algo tivesse caido no seu quintal! Abanou a cabeça, precisava claramente de descanso.
Bebeu a água e fechou os olhos.
Alguém começou a tocar desesperadamente à sua campainha. Esbugalhou os olhos. Conhecia aquele som! Era o mesmo som dos seus sonhos! Olhou em redor. Não era possível...
Andou a medo. Abriu a porta a custo...
Era alta, tão alta como ele. A sua pele parecia a pele de um bebé. Claramente macia. Branca. Ela era muito branca. O seu cabelo era como um borrão negro caido sobre os seus ombros. Tocava-lhe na cintura e acariciava-a. Sorriu-lhe. O seu sorriso era acompanhado por um coro de anjos! Era ela!
Alina estendeu-lhe os braços. Queria abraçá-lo. Mas Guilherme tinha medo de acordar, não agora que estava tão perto de lhe tocar.
"-Amo-te..." - Aquela voz suave. Aqueles olhos meigos a olharem para Guilherme.

Guilherme teve a certeza que não era um sonho. Era real. Sabia que ia ser feliz. Sabia que a amaria para sempre. Abraçou-a com força. Queria senti-la. Coração com coração.
"-E eu a ti..."
Os seus lábios tocaram-se e o beijo trocado foi com amor.

Foto 9 de 12!! A minha melhor foto de Setembro! :)

04.10.22, Marta Velha

Como tem sido 'tradição' desde o inicio deste ano, cada final de mês coloco aqui a minha melhor foto tirada no mês anterior! Isto apenas porque fotografia, a par de escrita, também é uma das minhas paixões! E felizmente trabalho numa empresa que me proporciona algumas viagens! Desta vez fui até à Dinamarca, eramos 76 colaboradores de 21 países diferentes, para mim foi uma honra ter sido uma das 3 escolhidas em Portugal! Apesar de terem sido 3 dias muito intensivos, foram dias muito enriquecedores! Onde fiquei a aprender muito mais acerca da organização onde trabalho! No último dia tivemos a possibilidade de dar uma passeio de barco pelos canais de Copenhaga.

Fica aqui o registo com algumas fotos!

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Para recordar! :)

03.10.22, Marta Velha

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“-Foi um milagre! Ele acordou…”
“-Vais contar-lhe?”
Sofia olhou para Ângela. “-Não tenho coragem!”
“-Esteve em coma dois anos! Tem direito a saber o que fizeste por ele!”
“-Nem sei se ele se lembra de mim!”
“-Tens de contar-lhe tudo! Ele merece saber. Lembrando-se ou não de ti. Tu estiveste sempre lá. Dois anos seguidos.”
Sofia tentou acalmar-se entrou no quarto onde um paciente ainda muito debilitado descansava. Os exames revelaram que estava tudo bem com Mário. Respirou fundo.
Olhou para o rosto cansado dele e sorriu. A sua vontade era tocar-lhe como tantas vezes fizera. Conversar com ele sem obter resposta!
“-Como se sente?”
“-Confuso, dorido, cansado e com fome!”
“-Tudo isso é normal.”
“-Não me consigo lembrar de nada. O médico disse que fiquei em coma após um acidente de carro. Quando fecho os olhos lembro-me de fragmentos de conversas que tive com alguém…”
Sofia gelou. “-Pode ser só a sua imaginação!”
Mário fez um ar confuso. Tudo parecia nítido demais para ser só imaginação. “-Recebi visitas nestes dois anos?” – Perguntou a medo.
Sofia respirou fundo. “-Estiveram cá amigos seus, depois deixaram de aparecer. A sua família é que vem com mais regularidade.”
“-Eu tinha noiva…”
Sofia agitou o tubo do soro e olhou-o, amava-o em segredo. Será que lhe deveria falar da carta? Não podia…
“-A sua família explicar-lhe-á tudo…”
O irmão de Mário entrou no quarto e abraçou-o. Há muito que tinha perdido as esperanças na sua recuperação.
Contou-lhe tudo o que se passara naqueles anos.
“-E ela simplesmente desapareceu…”
Mário estava confuso.
“-Havia alguém que falava comigo diariamente com amor… Que tratava de mim… Juro mesmo que me pegava na mão.”
Sofia entrou no quarto, sorriu.
José sussurrou ao ouvido de Sofia. “-Foi por amor que o fez?”
Sofia olhou para Mário com ternura. “-Foi…”

 

 

Para recordar! :)

03.10.22, Marta Velha

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Alice olhava para a janela e sorria. Um sorriso distante mas que dizia tudo o que ia na sua alma. Tinha corrido quase a fugir, quase com medo de perder o comboio, quase com medo do que tinha acontecido e agora no seu interior revia as horas que tinha passado com David. Quem diria? Um simples engano num e-mail, uma troca de palavras durante dois meses e agora tinham finalmente estado juntos.
Quando o viu parado junto à porta da estação de S. Bento reconheceu-o logo! Alto, charmoso, sorridente e com um olhar que aquecia até um iceberg. Suspirou. Sabia que parecia uma adolescente a suspirar por um homem que era pouco mais que um estranho. Mas aquelas horas que passaram juntos tinham sido magníficas. Tinham passeado pelo Centro Português de Fotografia e pela livraria Lello, a fotografia e a escrita era o que unira os dois. Um passeio onde tinham visto muita coisa e tinham conversado sobre tudo e de tudo. E depois, aquele beijo de despedida! Oh que beijo!
Olhou novamente pela janela. Não via a paisagem via o rosto de David, o seu sorriso, sentia o seu cheiro! Nunca acreditara em amor à primeira vista, mas depois do seu dia achava que estava apaixonada! Completamente perdida de amores por aquele homem! Sentia que eram almas gémeas. Sentia que o conhecia desde sempre.
Não sabia o que iria fazer, mas queria repetir todo aquele seu dia.
Sorriu e deixou-se embalar pela viagem que ainda seria longa, encostou o rosto à janela. E a paisagem era apenas e só os momentos do seu dia.

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