E tudo o mar levou! :)
15 de fevereiro de 1892
Finalmente a fúria do mar acalmou. Os homens já entraram nas águas e partiram. Mulheres e crianças ficaram nas areias a rezar para que o peixe viesse até eles. E Deus ouviu‑nos! Foi um dia como não há memória. Mais gigos
houvesse mais peixe era apregoado nas ruas! Bendito seja Deus Nosso Senhor
que nos ouviu!
Finalmente comecei junto das outras redeiras a trabalhar. As minhas mãos
ficaram feridas, afinal não é tão fácil como parece. As mulheres mais velhas
fazem‑no de olhos fechados, têm experiência, têm o que aprenderam com a necessidade.
As redes têm que ser atadas, não se pode comprar novas redes.
Algumas redes têm que ser encascadas, são feitas de algodão e apodrecem se
não foram devidamente tratadas! A ti Zirinha ensinou‑me como se faz. As
redes são lavadas e fervidas em casca dos salgueiros.
O que mais gosto é a fraternidade, todos se ajudam. Todos queremos o mesmo.
Juntos não somos demais.
Mafalda