-Bruno, Bruno! Não achas que estás a passar tempo demais com a minha namorada? – Fez um tom de voz áspero e seco.

O rapaz olhou-o bastante admirado.

-Desculpa, estava apenas a fazer-lhe companhia. Só isso!

-Ah quer dizer que és de opinião que deixo a minha namorada sozinha!!?? É isso?? – Fez cara de aborrecido. Cruzou os braços o que deixava salientar os músculos do peito fazendo-o parecer maior.

Bruno ficou notoriamente atrapalhado.

-Mas eu prefiro ver a minha namorada sozinha que acompanhada por outro homem. – Fez uma pausa. -Aos outros homens chamo concorrência!

-Desculpa Guilherme! Não quero que penses que me estou a atirar à tua namorada!!

-Ainda bem que assim é! Ainda bem! – E levantou-se para ir ter com Lara.

-Querida, aquele não te incomoda mais! – E deu-lhe um beijo no rosto.

Lara torceu os olhos e sussurrou:

-O beijo dispensava-se!!!!

-Dizes tu!! – E deu uma gargalhada. -Amanhã não te esqueças do nosso passeio!

-Tentarei esquecer!

-Farei questão de te lembrar várias vezes durante o dia de hoje!

 

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-O tio é solteiro, mas adora gente jovem. Sempre trouxe aqui os meus amigos. Ele adora ver a casa cheia de gente. Gosta de se divertir. Sim…é sempre assim! – Sorriu.

Lara olhava-o com atenção. Sim, era mesmo igual a Mário. Fotocópia com metade da idade. Quase que desatava a rir quando reparou que até o mau gosto para calções de banho era igual.

Bruno continuava a falar do tio com Lara, esta respondia com uns simples ‘anh, sim, pois, a sério?’ Na realidade não estava a prestar muita atenção ao que o rapaz a seu lado ia dizendo. Notava que este fazia de tudo um pouco para chamar a sua atenção. Se calhar também a imaginava como uma banana. Pronta a ser descascada e comida.

-E namoras com o Guilherme há muito tempo?

Lara quase se entalava com o pedaço de tomate que acabara de meter à boca. Forçou um sorriso e disse a custo:

-Anh sabes, o tempo passa tão depressa mas tão depressa que…bom, parece que foi ontem que começamos a namorar…

Bruno deu uma gargalhada tão sonora que Lara ficou com a sensação que todos ficaram a olhar. Olhou em redor. Não era sensação, alguns rostos viraram-se na sua direcção.

Esbugalhou os olhos espantada, não gostava da companhia do rapaz mas não sabia qual a razão para isso. Sabia… Claro que sabia, ele estava a cortejá-la.

-Com licença, vou buscar algo para…para beber. – Tentava sair da sua companhia o mais depressa possível.

 

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Entrou no quarto sem fazer barulho. Guilherme ainda estava na casa de banho e falava com alguém.

“-Querida são dois dias…Por favor compreender, é trabalho. Se não fosse, sabes bem que não teria vindo…Sim amanhã já aí estou…Também te adoro muito, muito, muito. Beijinhos. Ah e logo, se puder, ligo…Dorme bem.”

Não era sua intenção, mas Lara acabou por ouvir parte da conversa e não se sentia muito bem com isso. Guilherme era comprometido. Havia uma mulher.

Este saiu da casa de banho em boxer’s não reparando na presença de Lara junto à portada. Limpava os ombros com uma toalha.

-Ai caramba!! Sais-me assim nu daí de dentro? – Lara gritou virando-se repentinamente.

-Lara?? Desculpa não sabia que tinhas regressado!! Desculpa! – Guilherme sentia-se atrapalhado com a situação e tentou tapar-se com a toalha. -Oh Lara eu não estou nu!! Boxer’s Lara, chamam-se boxer’s!!

-Para mim estás nu!! E não estás a respeitar-me!! – Berrava ainda mais.

-Lara tem dó!! Tenho uns calções de banho deste género quer dizer que vou estar nu a nadar?? Poupa-me, porque então vais ver-me nu muitas vezes!! – Sentia-se irritado pela situação.

-Veste-te Guilherme! Veste-te! – Já fervia de raiva.

 

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Foi até à piscina e pensou como seria agradável dar umas braçadas desde que ninguém a estivesse a acompanhar ou ver. Sentou-se numa espreguiçadeira e deixou-se ser presenteada pelos raios de sol que lhe tocavam na pele. Com sorte podia apreciar o fim-de-semana.

-Ai Lara, Lara…numa outra situação e era um fim-de-semana que irias adorar. – Falou alto, para consigo mesma.

Do outro extremo do jardim surgiu Mário em calções floridos, camisa mais florida ainda e com bastantes cores, aberta, deixando ver os imensos pelos do peito, uma volta com um crucifixo e um chapéu de palha em tom de azul igual aos calções. Arrastava os pés dentro dos chinelos fazendo um barulho assustador e incomodativo.

-Cristo!! Que imagem!! Será este o candidato número quatro de Carmen? – Pensou ao contemplar a imagem de Mário.

Junto a ele vinha Carmen, com uma roupa tipo divã de cinema, uma túnica comprida bastante colorida presa na cintura com um cinto de tecido. Um chapéu de palha grande e com uma tira de tecido igual à túnica, uns óculos de sol que lhe ocupavam parte da cara. E umas pulseiras que tilintavam sempre que ela se mexia. Sorria e aparentava estar muito feliz.

-Lara assim toda vestida não vai muito longe!” – Mário deu uma gargalhada e olhou-a de alto a baixo.

 

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