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Marta Velha - Writer

Marta Velha - Writer

Sexta feiraaaaaa yeaaaap! :)

28.06.24, Marta Velha

Boaaaaaaaaaaaaaaaaaa tardeeeeeeeeeeeeeeeee!! 

 

 

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Segunda feira!! 26 de 53! ;)

24.06.24, Marta Velha
Não sou de intrigas mas 2024 tem 53 segundas-feiras!!
Segunda-feira 26 de 53
 
Feliz segunda-feira!
 

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Amor de Deus! :) Maria tem a casa renovada

22.06.24, Marta Velha

…Tudo é possível ao que crê.

Marcos 9-23

Livro 'Amor de Deus'

Podem comprar aqui: https://www.bubok.pt/livros/9075/Amor-de-Deus

     Francisco conduzia lentamente, queria aproveitar aqueles momentos na companhia de Maria. Olhava constantemente para ela. O seu perfume a flores começava-o a perturbar. A música tocava muito baixinho. De vez em quando olhava para Maria. Recordava o toque suave da sua pele.

     “-Vamos a casa do meu avô??” – Maria estava muito espantada.

     Francisco deu uma gargalhada. “-Estava a ver que não reconhecias o caminho!!” – Olhou-a num misto de ternura e carinho. “-Vamos. Quero que vejas uma coisa.”

     Maria franziu a testa, não sabia o que poderia ser.

     Quando Francisco parou o carro em frente ao portão, Maria esbugalhou os olhos.

     “-Não acredito…” – E abrindo a porta do carro saiu, olhando para tudo à sua volta. Parecia uma criança num mundo só de brinquedos. Levava as mãos à boca. Sentia-se prestes a chorar mas de alegria.

     “-Espero que gostes…” – Francisco sussurrou. Tinha vontade de a agarrar ali mesmo e dizer que a amava.

     Maria olhava para a casa. Estava pintada de branco. A cerca estava arranjada. No jardim havia flores plantadas e um pequeno limoeiro. As persianas eram novas e a porta de entrada apesar de ser a mesma tinha um aspecto novo.

     “-Foste tu?” – Deu-lhe a mão num gesto cheio de carinho.

     “-Não, mas ajudei no jardim. Conheço umas pessoas que o fizeram a meu pedido. Digamos que me deviam uns favores.” – Sorriu ao lembrar-se do grupo de homens que prontamente o ajudou. Ninguém recusou nada.

     “-Francisco, não posso pagar-te isto nem que trabalhe de graça anos a fio…”

     Francisco olhou em redor. Como não viu ninguém, beijou-a ao de leve na boca. “-Vamos entrar, as surpresas ainda não acabaram.”

     Maria abriu a porta sem dificuldade. “-Aii, já não range!!” – E sorriu dando pulinhos de contente.

     Quando entrou paralisou junto da entrada. A casa estava pintada também por dentro e tinha electrodomésticos novos ou pelo menos pareciam novos. Ligou o interruptor da luz e desligou-o. Repetiu o gesto algumas vezes. “-Já tenho luz.” – Os olhos alagaram-se em água.

     “-E também tens água canalizada. E se abrires o frigorífico tens outros miminhos.”

     Maria abriu o electrodoméstico e ficou pasmada com a quantidade de coisas que estavam lá dentro. Abraçou-se a Francisco. “-Obrigada meu amor. Obrigada…Nunca poderei agradecer convenientemente o que fizeste por mim. A casa está linda…” – Olhou em redor.

 

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Jasmim e a força do Amor! :) Jasmim conhece Salvador

22.06.24, Marta Velha

Livro ‘Jasmim e a força do amor’

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Jasmim tentou disfarçar uma pequena risada. Sentia-se observada pelo homem. Salvador. Tinha a certeza que se chamava Salvador. Era esse o nome que aparecia no seu sonho. Era ele. Tinha de ser. Era um homem muito bonito. Entroncado, cabelo castanho a tocar nos ombros, olhos expressivos e mãos grandes. Mas ao mesmo tempo parecia ser um homem isento de sentimentos, ressentido com alguma coisa. E o seu olhar conseguia ser intenso e distante ao mesmo tempo.

     “-E estas terras? São suas?” – Fez um ar zangado. A cabeça acenou em direcção às terras em redor.

     Snowy voltou a relinchar, a levantar as patas dianteiras e a bater com elas no chão com força. Jasmim assustou-se. Que seria agora? Acariciou-lhe a crina. Jasmim olhou em redor. O que é que a tinha fascinado quando viu aquele lugar pela primeira vez? Tudo.

     “-Meu senhor, olhe bem para mim. Pareço-lhe dona destas terras?” – Fixou o seu olhar no dele. “-Esta é uma terra farta de coisas maravilhosas! É verde, tem cor, tem flores, tem tanta vida!” – Falava do que já tinha visto com ternura. “-Tudo o que brotar daqui será de bom fruto! Tudo...” – Olhou para o chão. “-Caminhei até aqui. Algo me trouxe. Sabia que o meu futuro estaria aqui. Andei, andei muito. Quando olhei para tudo isto resolvi fixar-me. Não pensei em mais nada. Apenas em ficar à espera do meu futuro.” – Fez uma pausa. “-O meu coração disparou de alegria quando aqui cheguei, tanto que, infelizmente nem me perguntei se me seria permitido aqui repousar.” – Baixou os olhos envergonhada.

     “-Estas terras são pertença do senhor meu pai. Como não trabalha aqui devia ter uma autorização para se ter fixado.”

     Os restantes homens falavam num sussurro, falavam algo que Jasmim não entendia. Snowy agitava a cabeça com força. Relinchava muito agitado.

     “-Salvador!” – Disse o mais rechonchudo do grupo. “-Deixa-te de falatórios. O cavalo?”

     O nome dele. Era ele. Era ele o humano que iria fazer com que tudo se realizasse. Era com ele que descobriria o mais nobre dos sentimentos. Mas parecia-lhe tão frio. Tão distante. E ia tirar-lhe Snowy. Agora que o tinha descoberto não queria ficar sem ele. Não o podia deixar partir.

     “-Deixo-a ficar sem contrapartida se conseguir domar essa pequena fera branca que tem a seu lado.” – Salvador ficou espantado com as palavras que saíam da sua boca. Por instantes queria ter desculpa para a visitar sempre que lhe apetecesse. Queria poder olhar para aqueles olhos cheios de vida e de…amor!

     Jasmim sorriu e acariciou Snowy. “-Não me parece que este animal seja uma fera meu senhor!”

     “-Salvador. O meu nome é Salvador e é assim que me deves tratar.”

     Jasmim voltou a fazer uma vénia. E sorriu-lhe novamente. Era o homem mais bonito que alguma vez vira à sua frente. Elfos e duendes não contavam! Pensando mais a fundo, também nunca tinha visto nenhum homem assim tão de perto.

     “-E qual é a tua graça?”

     Snowy relinchou, Jasmim sorriu-lhe em sinal de agradecimento. Não tinha percebido a pergunta mas a ajuda de Snowy tinha sido preciosa.

     “-Jasmim, meu senhor.”

     Novo burburinho atrás de Salvador.

     “-Achas que consegues fazer algo por mim e domá-lo?”

     Jasmim abraçou-se a Snowy. “-Tenho a certeza que sim. Este animal já me ama!”

     “-Voltarei para ver os progressos!” – E sorriu-lhe. Um sorriso que deixou Jasmim a tremer. Tinha a certeza que se estivesse no Reino Encantado as cores das suas asas mudariam imensas vezes, dada a timidez.

 

 

Amor de Deus! :) Francisco conversa com Dona Carminda

21.06.24, Marta Velha

…não deixes o ensinamento de tua mãe.

Provérbios 1:8

Livro 'Amor de Deus'

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Francisco puxou de uma cadeira e acenou a Dona Carminda para que se sentasse. Olhou para a velha senhora e agora que se fixava nela achava-a bem mais velha do que a última vez que a vira. O preto sempre fizera parte do seu vestuário. Francisco jurava mesmo que nunca a tinha visto vestida com outra cor.

     “-E então Dona Carminda, como estão a correr os trabalhos para a procissão? Apenas estes pequenos percalços, certo?”

     Dona Carminda ajeitou-se na cadeira. Olhou para Francisco. Estava tão parecido com o pai. Talvez um pouco mais moreno, mas de resto em todas as feições via o rosto de Paulo. Bonito, cabelo a tapar as orelhas. Com um sorriso nos olhos. Deixaria muitos corações partidos se não fosse padre.

     “-Eu sei que este ano não há tanto dinheiro, logo os luxos não podem ser muitos. Mas a comissão de festas também se podia ter esforçado um pouco mais. A nossa santa merece tudo!! Sempre participaste nas festas.” – Fixou o seu olhar no dele. “-A tua mãe fazia questão que vocês fossem sempre na procissão. Tu e o teu irmão. Naquela altura nunca imaginou que um dia participasses como padre da paróquia. Ela tinha desgosto nisso, sabes?” – Quase que lhe tocou no braço.

     “-Eu nunca compreendi a sua relação com a minha mãe… Por um lado achava-vos amigas há anos, por outro lado achava que entre vocês havia uma arrelia qualquer. Algo que nunca soube a razão. Às vezes ainda perguntava à mãe mas… Ela nunca me disse nada.”

 

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Jasmim e a força do Amor! :) Jasmim na Terra dos Humanos

21.06.24, Marta Velha

Livro ‘Jasmim e a força do amor’

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Jasmim tinha chegado à terra dos humanos há imensos anos. Tinha-lhes perdido a conta, parecia que passavam devagar, sem nenhuma pressa. A vida não era fácil no Reino onde se encontrava. Evitava falar com os humanos que por si se cruzavam. Recordava-se dos primeiros dias na terra. Ficara tão assustada. Tinha caído sobre um descampado não havia nada à sua volta, nem uma única casa. E a natureza há muito que tinha fugido daquele local. Tudo o que havia era seco, sem vida e sem cor. Andou dias a fio até encontrar um espaço que fosse minimamente parecido com o seu Reino Encantado. Chegou a um lugar, o lugar onde ainda hoje estava. Havia árvores, havia erva, havia algumas flores e o que mais a fascinou foi o pequeno ribeiro de água transparente que atravessava aquele terreno. Lembra-se de na altura olhar em redor e de se sentir em casa. Sabia que faltava ali muita coisa para se parecer com o seu Reino, mas para já servia. Por sorte havia uma pequena casa em ruínas que lhe serviu de abrigo. Arranjou o telhado com ramos secos, com paus fez uma pequena cerca que rodeava toda a casa. Chamava-lhe o seu local seguro, ali não haveria nem sombra da noite nem nenhum ser da escuridão que pudesse passar para além daqueles frágeis paus. Com o tempo a natureza daquele lugar tornou-se sua amiga e depressa flores cheias de cor encheram o lugar.

     Agora passava os dias na companhia das flores e das restantes plantas. Tinha conhecido plantas novas que a ajudavam em muito nas suas poções. Fazia misturas novas, tinha novos conhecimentos. Falava com os animais da floresta. À noite procurava outras fadas, sentia a falta das brincadeiras que sempre tivera com elas. Nunca esquecera o Reino Encantado, era impossível esquecer os seus amigos, a sua família, as suas origens. Às vezes dava por si a olhar o céu, tinha esperança de este lhe trazer alguém de lá. Como era duro não sentir o amor de um abraço. Um abraço forte que a fizesse sentir segura e amada. Sabia de tudo o que se passava através da sua amiga Aniana. Felizmente tinha descoberto uma maneira de comunicarem através das águas virgens daquele lugar.

     Sentou-se junto do pequeno riacho. Descalçou as alparcas e deixou-se estar a banhar os pés. A água fria fazia-a arrepiar-se, mas ajudava-a na sua purificação. Brincava com os seixos que encontrava junto da margem. Encontrou dois em forma de coração.

     “-Oh! É isto que é o símbolo do amor! Serás tu que me vais proteger.” – Guardou as pequenas pedras no bolso e suspirou. Queria ver Lilac, queria ver como estava Peach. Sentia pena por não conviver com a mais nova das fadas. Sabia que iam ser amigas, muito amigas. Que amariam as mesmas coisas. Abriu o pequeno saco de couro onde guardava as poções mais utilizadas.

 

     Fadas da Água, fadas do Ar

     Levem-me ao Reino Encantado

     Para ver o que se está a passar.

 

     Lançou uma quantidade de pó na água e esta tornou-se num espelho fazendo reflectir o que se passava no Reino Encantado. Acariciou a água. Até então não sabia o que era a saudade, não sabia o que era chorar pela perda de alguém. Mas havia noites em que olhava para o céu da Terra dos Humanos e chorava. Chorava por não poder tocar nas estrelas, chorava por ter perdido as suas asas. Estava a pagar por querer conhecer outros mundos. Estava a sofrer pelo seu destino. Não sabia se iria aguentar todas as tormentas, não sabia se iria encontrar o homem que a amaria. Respirou fundo.

     Viu Aniana a brincar com os nenúfares. Tinha-se tornado uma bela fada em tons de azul. As suas asas tinham feitios recortados e agitavam-se levemente sempre que Aniana passava por algum tipo de sentimentos diferentes. Viu-a a olhar em todas as direcções. Tinha sentido a sua presença. Apanhou um nenúfar com a mão.

 

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Amor de Deus! :) Maria e Francisco encontram-se à beira rio

20.06.24, Marta Velha

Livro 'Amor de Deus'

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Estendeu a manta perto da margem. Os sons da natureza cativavam-na. Havia pássaros, grilos, água, a agitação das ramagens à passagem do vento. O céu estava das mais variadas cores: vermelho, laranja, amarelo, lilás e azul. Uma ou outra nuvem parecia que tinha sido lançada ao acaso para o meio dessas maravilhosas cores. Um bando de pássaros levantou voo, seguiam o líder, formando um triângulo quase perfeito e deixando no céu uma mancha preta que se ia afastando. Maria sorriu. Sentou-se e começou a ler ‘Os Maias’. Achava o livro muito cheio de pequenos pormenores e aquela relação tão impossível teria um fim trágico. Aquela leitura acalmava-a. Em voz baixa repetiu um trecho da frase que acabara de ler:

     “-Ainda ousavam ir temerariamente até à esperança de um beijo, ou de uma fugidia caricia com a ponta dos dedos…” – Suspirou. Também ela ansiava por um beijo e uma caricia de Francisco. Até quando?

     Não sabia há quanto tempo estava sentada quando viu alguém, ao longe, a andar de bicicleta. Vinha numa marcha lenta. E tal como ela, parecia apreciar a paisagem. Quando se aproximou, Maria sorriu. Reconheceu Francisco. Trazia umas calças de ganga e uma t’shirt azul. Do mesmo azul do céu. Tinha um ar descontraído e muito atraente. A brisa tinha-lhe desalinhado o cabelo. Tinha um sorriso do tamanho do mundo e lindo.

     Francisco parou junto dela e pousou a bicicleta.

     “-Não esperava mesmo nada encontrar-te aqui.” – Rasgou um sorriso.

     “-Nem eu a ti.” – Pousou o livro a seu lado.

     “-Precisava de clarificar as ideias e… apeteceu-me andar de bicicleta. O final de dia estava convidativo e…olha… Ainda bem que vim.” – Continuou a sorrir.

     Maria fingiu não perceber o olhar que Francisco lhe deitou. “-Ora aí está uma coisa que não sei fazer.”

     “-O quê?” – Esbugalhou os olhos.

     “-Andar de bicicleta!!”

     “-A sério?? Não sabes??”

     “-Hum hum, a sério! Nunca aprendi.”

     “-Um dia ensino-te.” – E olhou-a carinhosamente.

     Maria deu uma gargalhada. “-Tenho medo!!”

     Francisco sentou-se a seu lado. Observou o vestido branco com pequenas flores em tons de rosa, que Maria trazia vestido. “-A meu lado estás segura, não precisas de ter medo.” – A voz saiu-lhe tão suave que Maria achou que era a voz de um anjo. Francisco apercebeu-se que não falava só da bicicleta mas de tudo.

     Maria ficou em silêncio durante algum tempo. Pousou a sua mão sobre a de Francisco. O calor que emanava dele fê-la arrepiar-se. Queria tanto ter a certeza daquelas palavras. Olhou Francisco nos olhos e não demorou até os seus lábios estarem juntos. Um beijo suave, carinhoso que logo de seguida se transformou em fogo consumidor.

 

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Jasmim e a força do Amor! :) Sebastian e Isolis falam de Peach

20.06.24, Marta Velha

Livro ‘Jasmim e a força do amor’

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O pôr-do-sol fazia com que o céu estivesse cheio de cores. Laranja, amarelo, vermelho, violeta. As fadas das cores estavam maravilhadas e contemplavam-no. Queriam um dia poder pintá-lo no tecto de um dos salões do castelo. Rodopiavam no ar e sorriam de felicidade. Batiam as asas fazendo um zunido ecoar no ar. Os tambores batiam músicas ritmadas. Camel e os restantes elfos estavam sentados em troncos de madeira cobertos de panos com cores alegres. À sua frente havia uma mesa de madeira coberta de pétalas de flores e com taças de frutas frescas – maças, pêras, laranjas, pêssegos, uvas, cerejas, bananas. Segundo o que Sebastian contava, aquelas frutas ainda eram desconhecidas na Terra dos Humanos. Eram trazidas pelas fadas da Viagem que vagueavam por outros mundos.

     Sebastian e Isolis tinham feito uma fogueira no meio do campo, a madeira ardia e o seu crepitar fazia música a par dos tambores. Lilac dançava animadamente com mais cinco fadas. As suas vestes coloridas rodopiavam sempre que se movimentavam, as suas asas batiam alegremente mudando de cor aos olhos de quem as via. Rodopiavam sobre si mesmas em roda da fogueira. Dançavam em honra da Primavera e em honra de tudo o que ela trazia ao Reino Encantado. Os deuses estavam felizes e murmuravam palavras de alegria que se ouviam em todo o Reino. Pétalas de flores esvoaçavam trazidas pelo sopro de Primárius, o vento marido de Primavera. Misturavam-se com os sons, com os cheiros e com as folhas de outras plantas. Tudo parecia perfeito na festa em honra de Primavera, festa que também significava a passagem para a vida adulta de algumas fadas. Significava que ganhavam asas e independência. Peach rodopiava alegremente junto a Lilac. A conversa com a sua mãe tinha sido esclarecedora. Sabia que Camel ainda estava aborrecido consigo, mas também sabia que esse aborrecimento passaria se o seu comportamento fosse o melhor durante a festa.

     Isolis olhava-a muito atentamente. Como Peach se tinha tornado bela. Uma fada rebelde, mas cheia de vida e cheia de alegria para dar. Sabia que o seu destino se cumpriria. Sabia que isso iria destroçar Camel e Lilac mas também sabia que o amuleto que lhe dera quando nascera a protegeria da morte. Iria vaguear perdida pelos mundos, pelos séculos, mas não morreria até salvar o Reino Encantado e até cumprir o destino traçado à nascença. Respirou fundo, além dele apenas Sebastian sabia deste amuleto. Sebastian tinha-o ajudado a encontrar um que fosse forte o suficiente para a proteger, tinha recorrido a toda a sua sabedoria e a todos os livros que conhecia. A pouca magia que sabia também o tinha ajudado. Tinha dado trabalho mas os efeitos eram imensos. A protecção estava garantida. O tempo passaria mas não por ela. O facto de a saber sozinha durante tanto tempo causava-lhe arrepios, medo! E por isso trabalhava o seu espírito para sair do seu corpo e de um dia a encontrar e falarem! Combater os dias de solidão pelos quais passaria! Mas ela era forte! Ninguém morreria! Dormiriam! Dormiriam até todas as tormentas passarem.

     Isolis suspirou ao olhar mais uma vez para Peach. Como se tinha tornado bonita.

     “-É uma pena não é?” – Sebastian contemplou a maneira de Isolis olhar para Peach e apercebeu-se que havia ali algo mais que um carinho especial.

     “-De que falas?”

     “-Sou um velho acabado e viajado, Isolis. Sei tudo sobre os humanos, sei tudo sobre os sentimentos, sei tudo sobre o que se passará no futuro. Sei o que diz esse olhar quando a contemplas...”

     “-Vejo-a como uma irmã mais nova...”

     Sebastian deu uma gargalhada. “-Começas a vê-la como um elfo vê uma fada pronta para as festas de Inverno.”

     Isolis olhou para Sebastian. As festas de Inverno significavam a união entre um casal. Ele não olhava assim para Peach. Ou olhava?

     “-Sebastian...”

     “-Eu sei meu rapaz, eu sei...” – E deu uma pancadinha no ombro de Isolis afastando-se de seguida. Os muros não podiam estar muito tempo sem o seu Guardião.

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Amor de Deus! :) Francisco sente-se num dilema

19.06.24, Marta Velha

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto mas a carne é fraca

Mateus 26 - 41

Livro 'Amor de Deus'

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Pegou no seu terço. O mesmo terço que tinha há anos. O terço que a mãe lhe oferecera. O terço que o acompanhava nos bons e nos maus momentos. O mesmo terço que agora participava na sua angústia. Ajoelhou-se e rezou. Pedia a Deus para o livrar da tentação, para não cair em pecado, fosse ele de pensamentos ou obras. Ficou assim a rezar o pai-nosso, uma e outra e outra vez. Quando se sentiu exausto levantou-se. Não se sentia melhor.

     Sentou-se no sofá e abriu a bíblia. No cabeçalho Cantares de Salomão capítulo um. Leu em voz baixa: “Cântico dos cânticos que é de Salomão. Beije-me ele com os beijos e sua boca; porque melhor é o teu amor que o vinho. Suave é o aroma dos teus unguentos; como o unguento derramado é o teu nome; por isso as virgens te amam.” – Abanou a cabeça, não era o melhor capítulo para ler naquela altura. Sabia que na bíblia tudo aquilo tinha um sentido figurado, transmitido para a igreja. Mas nesta altura os seus pensamentos eram carnais. Tudo o que lia transfigurava para a mulher que amava. Saltou alguns versos e continuou. “Dize-me tu, ó tu a quem ama a minha alma…”. Abanou mais uma vez a cabeça e fechou os olhos. Virou algumas folhas e voltou a ler. “De noite, em minha cama, busquei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o e não o encontrei.

     “-Desistooo!! Neste momento até a bíblia está contra mim.” – Pousou a bíblia e ligou a televisão. Não prestava muita atenção ao que estava a dar acabando por tirar o som ao aparelho. Deitou-se e fechou os olhos. Viu Maria. Viu o seu sorriso. Viu a mão de ambos unidos. Sentiu o seu sabor a mel quando os seus lábios se tocaram. Respirou fundo.

     Com a mão apalpou algo que estava no sofá. Uma carta. A carta que a mãe lhe deixara antes de morrer. Devia ter caído da bíblia. Era lá que a guardava para não a perder. Eram as últimas palavras da sua mãe.

     Abriu-a lentamente, passou os dedos ao de leve pelas letras muito direitas, ainda sentia o cheiro do amor da sua mãe ao escrever aquelas palavras. Como a amava e como se sentia amado. Releu-a.

 

     “-Meu querido filho,

     Se estás a ler estas simples palavras é porque parti para junto de Deus e de teu irmão. Apesar de todas as angústias que passei nesta vida, tu deste-lhe alguma cor e felicidade. Nunca fui a favor da tua decisão mas és e sempre foste muito de ideias fixas. Mas meu filho, os filhos são o melhor do mundo. Ainda estás a tempo de pousar a batina e arranjares uma moça que te faça feliz e te dê muitos rebentos. Se não o fizeres por ti, fá-lo por mim. Pelo teu irmão. Deus ama a tua alma, e tenho a certeza que entenderá se abandonares o sacerdócio.

    Sempre me senti culpada por essa tua decisão. E nem agora que sinto que estou à beira de dar contas a Deus me consigo perdoar por tal…

      Há muita coisa que te queria dizer mas se não tive coragem em vida agora em morte não vou mexer no passado. Segue a tua felicidade. Ama. Abraça. Vive. Escolhe uma mulher com o coração puro e que seja capaz de amar.

     Desta tua mãe que sempre te terá no coração,

     Conceição.

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Viseu à hora do almoço! :)

19.06.24, Marta Velha

     E hoje estou em Viseu! Depois de almoçar fui conhecer um pouco mais desta cidade! Para não variar, registei o momento com algumas fotos (sim, a fotorafia é outra de muitas paixões que tenho!) 

     Achei as placas de toponomia bastante bonitas! Tem imagens da cidade, pintadas em azuljos! 

 

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