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Marta Velha - Writer

Marta Velha - Writer

Amor de Deus! :) Luís ameaça Maria

18.06.24, Marta Velha

E não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste os meus pés em lugar espaçoso.

Salmos 31 - 8

Livro 'Amor de Deus'

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     Luís estava sentado na mesa do café há algum tempo, sabia que ali podia encontrar uma resposta. Brincava com o menu, mas começava a ficar impaciente. Bufava e olhava constantemente para a porta. A rapariga que o tinha atendido informou-o que a colega Margarida entrava mais tarde. Resolveu esperar e pediu uma cerveja para ir aclarando as ideias. Sabia que seria difícil sacar alguma informação a Margarida mas não custava nada tentar. Quando a porta se abriu reparou que finalmente Margarida chegara.

     A colega disse-lhe algo ao ouvido e ela olhou na sua direcção. Fez uma cara de desagrado mas nem Luís esperava outra coisa.

     “-Posso saber o que fazes aqui? Não quero problemas no meu local de trabalho…” – Cruzou os braços na defensiva.

     “-Tem calma Margarida, não vim causar problemas nenhuns. Apenas quero falar contigo. Só isso.” – Tentava soar amistoso.

     “-Diz lá o que queres…”

     “-Sabes alguma coisa da Maria?”

    Margarida deu uma gargalhada irónica. “-E achavas que se eu soubesse te dizia? Nem morta!!”

     “-Eu não sei o que ela andou por aí a espalhar, mas é tudo mentira!!” – Irritou-se. “-Ela é que é uma ingrata!”

     “-Para que saibas, ela era tão burra que te defendia!! As nódoas negras denunciavam-te, mas ela nem a boca abria!! Nada!! Ai caí! Ai tropecei! Ai fui contra a porta! Da primeira vez acreditei, mas depois?? Ninguém é assim tão burro para acreditar no que ela dizia. Batias-lhe e nem piedade sentias!! A Maria era tão doce amava-te tanto! Não mereces respirar o mesmo ar que ela!”

     Luís levantou-se furioso. “-Diiiz-me ondee é que elaaa estáa!!!!” – E bateu com a mão na mesa.

     “-Catarina chama a polícia que este senhor parece que não gostou muito da cerveja!!” – Gritou para a colega que estava ao balcão.

     Nisto, dois clientes que estavam junto da porta levantam-se. “-Precisa de ajuda, menina?”

     “-Se ele não sair já, sim preciso!!”

     “-Ela pode correr, fugir mas eu vou encontrá-la e quando o fizer, aí sim não terei nem dó nem piedade. Ela sem mim não é nada! Naadaa!! Percebes?? Nadaaa! É uma cabra que não serve para nada!! Ela deve-me tudo, percebes? Ela é minha! Sem mim não é nada!” – Fez um ar que assustou Margarida. “-Se ela não for minha até aos fins dos nossos dias não será de mais ninguém! Podes dizer-lhe isso!”

 

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