Amor de Deus! :) Luis decide ir a Urró
13.08.24, Marta Velha
Livro 'Amor de Deus'
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Luís saiu satisfeito com a conversa que tinha tido com a tia Natalina, não a achou assim tão má como Maria um dia o fez crer. Era justa! Queria as coisas à sua maneira tal como ele! E se não se resolvia a bem resolvia-se ao estalo. Sentia que ia encontrar Maria. Correu até ao café onde trabalhava um amigo de longa data.
Entrou e esperou junto do balcão até ser atendido.
“-Então Tó, tudo bem??” – Estendeu a mão para o cumprimentar.
“-Oh Luís oh tempo pá! Então?? E a tua miúda, já apareceu??”
“-É mesmo por causa disso que estou aqui, preciso de usar a net pá.”
“-Oh Luís se o meu boss sabe que usas sem pagar desconta-me o pilim a mim, pá!!”
“-É urgente meu!! A minha miúda pode estar no Mogadouro e preciso de tirar isso a limpo.” – Falava baixo.
O empregado estendeu-lhe uma ficha metálica. “-Tens cinco minutos, mano!! Depois sou eu que te arranco de lá!!”
Luís sentou-se na cadeira em frente à secretária, estava nervoso. Ligou o computador e pesquisou o mapa da localidade de Mogadouro.
Sorriu triunfante. Urró, só podia ser aquele o lugar a que a tia se tinha referido. Tinha encontrado. Não perdia nada em ir até lá.
Foi até ao balcão novamente.
“-Já tá. Encontrei o que precisava. Mas preciso de outro favor. Não tenho lecas nenhumas. Preciso que me emprestes pelo menos uma de cinquenta!!”
“-Tás doido?? Faz-me falta pá!! Agora tenho o puto para sustentar, meu!! É só gastos, mano!!”
“-Tou com uns negócios em vista, pago mal chegue da santa terrinha!! Vá lá mano, em nome da nossa amizade!!”
“-Mas sem falta pá!!! Olha que o meu puto precisa das lecas…”
Luís saiu triunfante. Foi até à rodoviária e comprou um bilhete directo para o Mogadouro. Faria a viagem no dia seguinte ainda de madrugada. Demoraria cerca de cinco horas. Teria depois algum tempo para a procurar. O lugar, pelo mapa, não lhe pareceu muito grande e uma rapariga nova num lugar pequeno não devia ser nada difícil de encontrar. Se Maria não estivesse lá é porque tinha um parente a ajuda-la! Ia arrastá-la pelos cabelos até casa e rebentar a cara de algum gajo que se atrevesse a olhá-la!
