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Marta Velha - Writer

Marta Velha - Writer

Paixão Alucinante! :)

21.08.24, Marta Velha

Livro 'Paixão Alucinante'

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Lara sentou-se numa cadeira tamanho mini ficando com as pernas encolhidas. Na mesa pousou papel e lápis. Não conseguia parar de olhar em todas as direcções. Era um espaço tão cheio de alegria e vida. Tudo transmitia cor: as paredes, os brinquedos, as pastas de arquivo, as batas dos meninos. Tudo era cor e alegria.

     Ouviu a maneira simples como a professora explicava como deveriam falar consigo.

     Durante quase duas horas, Lara foi formalmente apresentada a cada criança. Ouvia cada uma delas, pelo meio brincava, fazia alguns desenhos, sorria. Voltava a ser criança. Ouvia os diversos sonhos. Queriam ser professores para ensinar outros meninos. Médicos para salvar vidas. Astronautas para viajar até à lua. Cabeleireiras para fazer lindos penteados. Bailarinas para dançar e rodopiar. Veterinários para tratar dos cães. Tomava notas nas folhas que trouxera e rabiscava alguns desenhos.

     “-Professora Isabel contei dezanove sonhos. Mas são vinte meninos, não são?”

     “-Ah sim. A Matilde está na casa de banho.”

     Lara brincou com os legos até Matilde chegar. Fazia uma torre colorida e muito direita.

     Matilde era uma menina de cinco anos. Tinha cabelo castanho muito claro aos caracóis. Tinha um sorriso cativante de orelha a orelha e um olhar tão doce e meigo que Lara sentiu que a podia amar pelo simples facto de ser apenas uma criança.

     “-Olá.” – Disse com uma voz muito meiga olhando penetrantemente para Lara com os seus olhos castanhos esverdeados muito brilhantes.

     “-Olá. És a Matilde?”

     “-Sim.” – E sentou-se numa cadeira mesmo em frente a Lara.

     “-Então, vais contar-me qual o teu maior sonho?”

     “-O meu maior sonho é ter uma mamã.” – E continuava a sorrir.

     “-Oh querida! Falo do que queres ser quando fores grande, crescida! Ou de uma coisa que queiras fazer!”

     “-A Isabel disse que falavas com nós sobre sonhos. O meu é ter uma mamã. Ah e que saiba fazer totós. E combinar a minha roupa.” – Apontava o dedo indicador a Lara, como se estivesse a dizer a coisa mais normal do mundo.

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