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Marta Velha - Writer

Marta Velha - Writer

Para recordar! :)

11.10.22, Marta Velha

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O mar estava calmo, as pequenas ondas iam e vinham fazendo um barulho suave, a brisa já não se fazia sentir com tanta intensidade, o calor apertava. Maria estava deitada na toalha. Já tinha lido uma boa parte do seu livro, já tinha ido até ao mar, já tinha feito uma caminhada. Olhou novamente para o relógio, tinham passado apenas cinco minutos desde a última vez que tinha visto as horas. Sentia-se cansada e sonolenta…
Sentiu uma sombra a seu lado. Sorriu ligeiramente, não devia de ser nenhuma das suas amigas. Estavam entretidas demais com os rapazes que estavam a jogar vólei de praia. Só podia ser ele. Roberto.
Sentiu as suas costas a serem acariciadas. Como conhecia tão bem aquelas mãos. Virou-se e viu o rosto dele. Estava sorridente, lindo. A sua pele estava bronzeada pelo sol e ficava-lhe tão bem!
Foi presenteada com um longo beijo na boca e um abraço apertado.
“-Desculpa. Não deu para vir mais cedo!” – Acariciou o rosto de Maria.
“-Interessa apenas que tenhas vindo. Já tinha perdido as esperanças…” – Beijou-o ligeiramente no rosto.
“-Tive que tirar o dia mas para estar contigo vale bem a pena.” – Olhou para toda a confusão de toalhas, roupa e mochilas que estavam perto de Maria. “-Vieste com a Isabel, a Inês e a Ana?”
“-Sim. Elas estão para aí meias perdidas com uns jogadores de vólei. A última vez que as vi babavam por eles!” – Deu um sorriso.
“-Ah e tu não foste para lá babar?”
“-Preferi esperar por ti…” – E puxou-o para si fazendo com que o seu corpo ficasse sobre si. “-Estava cheia de saudades. E com uma vontade enorme de te ter só para mim.” – Beijou-o. “-E de fazer amor contigo!” – Beijou-o novamente.

“-E ainda bem…” – Roberto falou a custo. “-É que tenho uma surpresa para ti.” – Sussurrou-lhe ao ouvido. “-Veste-te! E vamos. É aqui perto?”
“-E elas?” – Perguntou enquanto se levantava e lhe sorria.
“-Aposto que nem vão dar pela tua falta!” – Puxou-a pela mão e andaram apressados pelo areal.

Tinham andado cerca de dez minutos em passo apressado. Maria ria e Roberto remetia-se ao silêncio. Pararam em frente ao parque de campismo.
“-É aqui a minha surpresa?” – Perguntou olhando em redor.
Roberto beijou-a longamente. “-É, tenho aqui uns amigos acampados e hoje não estão. Disseram-me que podia usar o bungalow. Achei que seria giro. Um tempinho para nós e aqui tão perto do mar.”
Maria anuiu. A ideia também lhe agradava e muito.

Roberto abriu a porta do bungalow. O espaço não era muito grande mas era extremamente agradável. Estava fresco lá dentro, as janelas estavam abertas e ouvia-se o barulho do mar e o barulho da natureza.
Maria sorriu e pegou-lhe na mão. Olhou-o nos olhos e beijou-o. Há muito tempo que não estavam sozinhos. Havia sempre um familiar, um amigo ou um estranho para interromper a tensão que se acumulava entre eles. Amava-o, sabia que o amava e agora, neste instante, apenas queria aproveitar o facto de estarem sozinhos. O tempo escasseava. Tirou-lhe o pólo, o seu corpo estava bem delineado, notavam-se todos os músculos, o sol tinha deixado a sua marca e Roberto estava bem bronzeado. Colocou-lhe a mão por dentro dos calções e sorriu perante a reacção de Roberto.
Quando sentiu a mão quente de Maria no seu membro, Roberto sorriu. Gostava do toque suave dela. Beijou-a com mais vigor. A sua sorte é que Maria vestia um fino vestido de praia. Bastava desapertar umas tiras e… E Maria ficava com um reduzido biquíni.

As mãos de Roberto passearam nas curvas de Maria. Esta suspirava, chamava pelo seu nome baixinho. Sem darem por ela estavam no sofá, faziam amor como se não houvesse amanhã.
Roberto beijava-lhe o pescoço. “-E que tal um banho a dois?”
Maria sorriu. Claro que adoraria tomar banho com Roberto.
A água fria escorria pelo corpo de ambos. Maria ensaboava o corpo de Roberto e sorria-lhe. Estava claramente a desafia-lo.
“-Maria, oh Maria…” – Sentia umas mãos nas suas costas, umas mãos molhadas. A mão de Roberto?
Mas e aquela voz? Quem é que chamava por si?
Abriu os olhos a custo, sentia a brisa suave, ouvia as ondas do mar. A seu lado as amigas chamavam por si e deitavam-lhe em cima salpicos de água. Tinha adormecido mas e Roberto?
“-Estás a dormir há algum tempo…” – Davam risadinhas e continuavam a atirar-lhe água.
Maria estava confusa. Tinha estado com Roberto, não tinha? Ou será que tudo não tinha passado de um sonho? Mas tão real… Tinha feito amor com ele. Tinha tomado banho com ele.
Pegou no telemóvel, oito da noite e… Uma mensagem.
“-Meu amor, hoje não deu para escapar e ir ter contigo. Prometo que amanhã tiro o dia só para ti. E tenho uma surpresa. Adoro-te.”
Maria sorriu. O desejo de estar com Roberto era tanto que sonhava… Um sonho que tinha a certeza que no dia seguinte se tornaria realidade.