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Marta Velha - Writer

Marta Velha - Writer

Para recordar! Pode o vermelho não ser fogo? ;)

06.03.21, Marta Velha

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Vinha altiva, aquele olhar de superioridade que me deixava vermelho de raiva… Tão vermelho como o vestido que se lhe colava ao corpo como uma segunda pele!

     Como é que ela podia humilhar tudo e todos? Como é que podia ser tão desumana? Como é que se atrevera a rejeitar todo o amor que eu tinha para lhe oferecer?

     Eu… Eu só queria uma oportunidade para ser feliz, para a amar! Mas riu-se! Riu-se na minha cara e teve coragem de dizer que mesmo que eu fosse o último homem à face da terra jamais me mataria o desejo!

     Matar… foi aquela palavra que percorreu o meu corpo como um fogo! Daqueles fogos devoradores! Vermelhos vivos! Como o vestido dela… Como a minha raiva…

     Limitei-me a segui-la. Ia altiva! Tão altiva como a minha raiva. Estava em frente ao espelho. Retocava o batom dos lábios. Vermelhos! Como o vestido, como a minha raiva.

     Ah, eu não tive culpa! Aquela palavra na minha mente! Aquela gargalhada sonora quando viu o meu reflexo atrás de si, pelo espelho!

     Todo aquele vermelho que não era fogo nem paixão nem raiva nem o seu vestido!

     Sangue!

     Todo aquele vermelho ali espalhado. O que é que eu fiz?

     A raiva… a palavra… o vermelho nas minha mãos… o seu corpo nada altivo a meus pés… o seu vestido manchado… a faca no seu peito… e eu ali que só a amava! Que só queria que todo aquele vermelho fosse o fogo da nossa paixão!