Pode o vermelho não ser fogo? :)
Vinha altiva, aquele olhar de superioridade que me deixava vermelho de raiva… Tão vermelho como o vestido que se lhe colava ao corpo como uma segunda pele!
Como é que ela podia humilhar tudo e todos? Como é que podia ser tão desumana? Como é que se atrevera a rejeitar todo o amor que eu tinha para lhe oferecer?
Eu… Eu só queria uma oportunidade para ser feliz, para a amar! Mas riu-se! Riu-se na minha cara e teve coragem de dizer que mesmo que eu fosse o último homem à face da terra jamais me mataria o desejo!
Matar… foi aquela palavra que percorreu o meu corpo como um fogo! Daqueles fogos devoradores! Vermelhos vivos! Como o vestido dela… Como a minha raiva…
Limitei-me a segui-la. Ia altiva! Tão altiva como a minha raiva. Estava em frente ao espelho. Retocava o batom dos lábios. Vermelhos! Como o vestido, como a minha raiva.
Ah, eu não tive culpa! Aquela palavra na minha mente! Aquela gargalhada sonora quando viu o meu reflexo atrás de si, pelo espelho!
Todo aquele vermelho que não era fogo nem paixão nem raiva nem o seu vestido!
Sangue!
Todo aquele vermelho ali espalhado. O que é que eu fiz?
A raiva… a palavra… o vermelho nas minha mãos… o seu corpo nada altivo a meus pés… o seu vestido manchado… a faca no seu peito… e eu ali que só a amava! Que só queria que todo aquele vermelho fosse o fogo da nossa paixão!
Texto elaborado especificamente para um grupo de facebook.